quinta-feira, 14 de maio de 2020

PELA POSSIBILIDADE DO ABRAÇO

Pela Possibilidade do Abraço

Invadimos o dia
Assim como infiéis a invadir
O templo
Tal como porcos invadem o Congresso
Tipo o incapaz golpista a invadir
A presidência

Uivamos pra lua tal as flores
Do jardim bem cuidado
Refletimos o indigo blue céu tal água parada de piscina

Fragilizamos a alma em busca de conforto
Reviramos as memórias em busca de alento
Rebuscamos os desenhos mentais em busca de ser...

Enfim
Mal dormimos
E cá estamos 
para receber os louros 
por termos vencido a noite
 e acordado o dia 
Ver menos

sábado, 3 de junho de 2017

CANÇÕES PARA DEPOIS DO ÓDIO


A audição do cd precisa ser atenta, pois o bagulho não é suave e te doma com a quantidade de informações musicais.
Ao vivo filho, é quadridimensional e hipnotiza: toques yorubás presentes, 
a levada brega de musicas do tipo das de Reginaldo Rossi, presente, 
beats eletronicos em loopings, presentes
vocais suaves da soul music e musica gótica no estilo Violeta de Outono entrecortadas por atitude rap, rock'n roll e semba, também presentes

Canções Para Depois do Ódio de Marcelo Yuka, aprovado em álbum e em show

Ainda me autoflagelo, ainda me devoro de dentro pra fora - ouvir de novo e assistir a mais um show é preciso

A companhia luxuosa de Andre André Leite e de Bruno Sueiro: claro fizeram toda diferença

quarta-feira, 31 de maio de 2017

EM PASSOS Um Poema Andado


Em Passos

Entre o tropeço e o passo firme
A sorte de um bico de aço 
ou
A corte de um passo no vazio

Há os que avoam e os que caminham






sábado, 13 de maio de 2017

De Liras?, Por Jorge Cardozo

Um presente de aniversário, que me chegou há dois anos atrás e será lido e relido, enquanto me chegarem as primaveras
Meu obrigado Jorge Cardozo

De Liras?

a Sylvio Neto 

Sobre Delírios
Teus segredos 
Jazem desvelados

Nas linhas tortas 
De cada poema
Bate pronto

Bate estaca
Bate boca
Com o mundo 

Que a cada dia 
Desabita-se de justiça 

Teus medos
Carregam as cores intensas
Do passado
Desfigurado 
Pela memória falha
De alguém sem tempo

Para secar as lágrimas 
(A cor do ouro das minas
Que cavastes
A cor do sangue na terra
Que deixastes
O negrume da noite preenchida
Com teu canto

Ou teus gemidos de prazer
O azul claro 
Das manhãs de despedida
Todas as vezes em que morrias)

Teus desejos 
Movem-se feito
Vampiros 

Sombras sob sombras
Das quais se sabe apenas
O fluir breve
Ou nem isso

Um tremor
Um trago
Uma palavra fora da linha

Teus sonhos
Não cabem numa garrafa
Nenhuma lâmpada magica
Há de traze-los 

Do paniedro
Donde se gera
A energia crua
Que alimenta 
Tua lucidez 
E tua loucura.

Jorge Cardozo 
05.05.2015

quinta-feira, 5 de maio de 2016

ANTE SALA

Na ante sala, do dia de aniversário - O poeta do livro DE DENTRO DO TEMPO BLINDADO, me oferece este, sobre aquele que compus em agonia, a agonia das vésperas de minha bodas, sempre são perversas.


Faltam sete minutos, para o alvorecer dos 5.2 - E o pulso, ainda pulsa!!!!
Quase cinco dois
mas ainda há sete
minutos...
contra os sete
segundos
da hora que nasci
e acordei
Sylvio Neto


Bom lembrar certos momentos. Há um ano, o poeta Sylvio Neto publicou um desses seus textos fantásticos carregados de lirismo e desespero. Para amenizar a inquietação em que mergulhei, escrevi este poema, que Seu Feicebuqui hoje retorna.
Jorge Cardozo
De Liras?
a Sylvio Neto - sobre Delírios
Teus segredos
Jazem desvelados
Nas linhas tortas
De cada poema
Bate pronto
Bate estaca
Bate boca
Com o mundo
Que a cada dia
Desabita-se de justiça
Teus medos
Carregam as cores intensas
Do passado
Desfigurado
Pela memória falha
De alguém sem tempo
Para secar as lágrimas
(A cor do ouro das minas
Que cavastes
A cor do sangue na terra
Que deixastes
O negrume da noite preenchida
Com teu canto
Ou teus gemidos de prazer
O azul claro
Das manhãs de despedida
Todas as vezes em que morrias)
Teus desejos
Movem-se feito
Vampiros
Sombras sob sombras
Das quais se sabe apenas
O fluir breve
Ou nem isso
Um tremor
Um trago
Uma palavra fora da linha
Teus sonhos
Não cabem numa garrafa
Nenhuma lâmpada magica
Há de traze-los
Do paniedro
Donde se gera
A energia crua
Que alimenta
Tua lucidez
E tua loucura.
Jorge Cardozo
05.05.2015

quarta-feira, 4 de maio de 2016

DELÍRIO



Meus segredos?
revelaria cada um
aos gritos...
pela janela de um carro veloz
na plataforma da estação de trem
sob o chuveiro entre uma canção
e outra...
Meus medos?
ando despindo-me deles
já há muito tempo em cada poema escrito
Meus desejos?
sim, fincaria os dentes - vampiro
neste seu pescoço lindo
Meus sonhos?
estes nascem com o dia que acorda
a cada manhã, novo...
Meus sonhos são meus grilos
minha corrente, ancora...
barranco...
meus sonhos não tem dentes
são sementes ainda em broto

IGNÓBIL

IGNÓBIL

Nada corrói mais o espírito
que a tristeza da incapacidade
...
Nunca foi tão grave o desejo
de voar livre, não sendo nada
sendo nunca, um nunca ninguém
deixando tudo pra trás, na ignóbil
fragilidade da memória

Penaliza-me, o desejo cruel
de querer o intangível
pois que o nada existe ainda
em nada ser,

e ninguém é aquele que não foi
e não é, não esteve e nem estará
sem mesmo experimentar o abraço
do verbo existir...

Se avoar é meu desejo - há nele
pensar, se penso
logo existo, se existo
incompleto haverei de viver