Aqui, um lugar perto do fim do mundo, uma pequena parcela do
feudo enorme do PMDB (eh ehe, o tiro no
pé, daquele meu amigo, que de mim anda distante
e soca a porrada no governo Dilma), onde as pessoas mais importantes, nunca são vistas, Pessoas Invisíveis, “Homem Invisível”, jah gritou com encanto
e em canto, Roberto Lara, sobre seres
humanos comuns e artistas, no que são
diante, da importância dos fiscais,
assessores, edis, secretários municipais, policiais loucos e homicidas, pares
de milicianos loucos e homicidas, artistas que chegaram ao estrelato – Aqui na Baixada Fluminense, aqui em Belford
Roxo, poderia ser em Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Queimados...
Nesse tipo de lugar....
Aqui nesse tipo de lugar é onde se instala, espalhando-se
por todo meu corpo e universo próximo, meu drama, aquele que eu mesmo crio e
ainda aquele que se me impõem.
Contra sua própria auto estima, talvez alguma grana viesse
se lavasse carros, contra a possibilidade de sua própria família comer bem, e ter e comprar, contra sua própria vida –
alguns homens e mulheres, seres humanos – antes e muito antes do sonho de ser,
pop star, desenrolam e desenvolvem sua arte, subversivos, atentos – no relento e sob o abandono, de um mecenas que poderia
ser, o Município, o Estado ou União, o empresário bem sucedido que prefere a
Lei Rouanett, na missão do novo burguês do sucesso – donatário de uma bola de
neve pesada que massacra a criatividade.
Aqui, nesse tipo de lugar, vou fraco me morrendo dia a dia,
passo a passo, sem entender a associação de meus amigos em arte e em coração,
com os mais diversos infernos – Fautos e mais Faustos, dando a alma e o
coração, dando a criatividade e a moção, ao objetivo que não surta o subjetivo –
Para conquistar a grana da fama...
Aqui, nesse tipo de lugar, num recanto der Belford Roxo, encontro João Mathias – o cara da Panela
Zen, encontro o Frequência Roots e o
Sangue Rasta – mágicos subversivos de uma realidade que entendem em prosa e
verso, em canto e encanto – irresponsáveis com a economia e poder, dos que sorvem um Merlot e, rindo da verdadeira arte que produz a rua.
Ainda ontem – na verdade ante ontem, sexta, no SESC/NI – e não
me venha dizer, que não foi o uso cínico, de poder, persuasão e subversão em
conseguir aquele espaço, para um morto – para um morto que se faz vivo e
presente apenas na alma, dos parentes e daqueles pares, que lhe devotam extremo amor e admiração, por
sua pessoa e por seu trabalho e incessante atividade de linkagem e criatividade
– O mundo não o conhece, o universo artístico carece de seu pensar, de sua luz e iluminação criativa – a unidade
que se forma em soma de arte que lhe, louvam, seria a mínima parte, do que se
poderia ser de verdade – Há quem seja mais útil, utilizável .
Ainda ontem, vi a vida e vitalidade de Marcelo Peregrino ,
Maciel, Dudu de Morro Agudo, Federoca, Jairo Bráulio entre outros – que não
representam a pequena unidade e universo, de pingentes do colar de breque, de
Robson Gabiru – E faltou muita gente naquele vagão de trem.
Jamais vou entender os caprichos da rua – jamais vou
conseguir num texto, tornar minh´alma nua e vazia dos sentimentos que me
acometem.
Jamais conseguirei tornar útil e fácil, a verve em prosa e
poesia, em ações de mecenato que vivi num passado e nas observações que ora
faço – Seu Jorge vai ao Capão e pinça Ed Rock, em seu rap sensacional e lindo e
em sua importância de propor ao cenário anti mídia e underground dos Racionais,
uma carreira solo rica – mas Ed Rock não é muro derrubado, no sentimento de
amostragem pro Brasil e ainda vai a ele, Falcão do Rappa e o Natirut´s em Abrem-se os Caminhos – “(...)A
luz do novo dia sempre vai chegar, pra clarear você”, pra iluminar você, pra inspirar,
pra alimentar você(...)”.(That´s My Way, Ed Rock e Seu Jorge)
Quem surge na linha de fé, para iluminar e clarear, João
Mathias?
Quem chega para inspirar e alimentar Dudu de Morro agudo?
Quem chega ao fim do mundo – Aqui, nesse tipo de lugar, para
inspirar e dar a luz de um novo dia à Marcelo Peregrino, Sangue Rasta e tantos
outros que nunca chegaram, a meu conhecer?
Que responsabilidade à cada um, em parar e conversar com
aqueles, que nos marcam consultas e nos conseguem vaga para internação – quando
isso deveria ser um direito e conquista acessíveis com a indicação médica ou o
pedido pessoal de ente familiar.
Que responsabilidade em sorrir vendo o amigo trocar lâmpadas
e varrer a rua, quando este serviço que serve a saúde pública e ainda a
segurança pública, deveria ser ação do executivo – que abre a brecha para que
uma candidatura que lhes interessa se reforce .
– E que vontade de não estar mais nesse mundo injusto – E me
surge a fala de um negro a dizer: - é tua ainda, a responsabilidade em fazer luz sobre a escuridão, de pinçar aquele
que “não vai além de uma nota de cem”, para que possa continuar a fazer parte –
o tal Macedo Griot, querendo me acelerar, querendo me preservar...vivo e
inteiro.
O tal Macedo Griot, o Tal Mailton Rangel e alguns outros, querendo
a minha pessoa e presença, aqui nesse tipo de lugar, vivo e sem demências e
fraquezas – que sempre me gerou à vontade de morrer, que sempre insiste em não
reconhecer o “outr0” – Aqui nessa parte da Periferia do Mundo, que
sempre se mostra mais forte o imundo.
Aqui nesse tipo de lugar tem ARTE.
(Esse texto foi escrito, com muita emoção que teve em soma,
a audição do novo trabalho de Ed Rock, “Contra Nós Ninguém Será” e além dessa emoção, que o trabalho traz, soma-se
a conversa com Dudu de Morro Agudo, na coxia, camarin – Armazém de gente “Foda”
(naqueles poetas e músicos convidados a fazer a arte, em parte, para saudar,
Robson Gabiru em seu lindo Tributo, muito bem produzido), que se instalou atrás
do palco do SESC/NI:- aquele preto nem sabe o que transformou do meu olhar
sobre ele, nem sabe do me bateu importante o que ele me falou – atingindo minha
alma preocupa da com a hora da minha deixa, para entrada em palco, Aquele negão
é ouro...)
Ainda meu agradecimento a Fernando Blue, Fernando Junior, um
arquiteto completo com ser humano, como poeta, pai, marido, amigo – Obrigado por
me incluir naquele universo.