domingo, 1 de maio de 2016

UM TAPINHA NÃO DÓI

uM oLHAR dE dELÍRIO sOBRE o DIA dA bAIXADA fLUMINENSE (30 aBRIL) e o dIA dO tRAbAlHADOr (1 mAIO)






Aqui, um lugar perto do fim do mundo, uma pequena parcela do feudo enorme do PMDB (eh ehe, o  tiro no pé,  daquele meu amigo, que de mim anda distante e soca a porrada no governo Dilma), onde as pessoas mais importantes,  nunca são  vistas, Pessoas  Invisíveis, “Homem Invisível”, jah gritou com encanto e em canto,  Roberto Lara, sobre seres humanos comuns e artistas,  no que são diante,  da importância dos fiscais, assessores, edis, secretários municipais, policiais loucos e homicidas, pares de milicianos loucos e homicidas, artistas que chegaram ao estrelato  – Aqui na Baixada Fluminense, aqui em Belford Roxo, poderia ser em Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Queimados...


 


Nesse tipo de lugar....


Aqui nesse tipo de lugar é onde se instala, espalhando-se por todo meu corpo e universo próximo, meu drama, aquele que eu mesmo crio e ainda aquele que se me impõem.


 


Contra sua própria auto estima, talvez alguma grana viesse se lavasse carros, contra a possibilidade de sua própria família comer bem,  e ter e comprar, contra sua própria vida – alguns homens e mulheres, seres humanos – antes e muito antes do sonho de ser, pop star, desenrolam e desenvolvem sua arte, subversivos, atentos – no relento  e sob o abandono, de um mecenas que poderia ser, o Município, o Estado ou União, o empresário bem sucedido que prefere a Lei Rouanett, na missão do novo burguês do sucesso – donatário de uma bola de neve pesada que massacra a criatividade.


 


Aqui, nesse tipo de lugar, vou fraco me morrendo dia a dia, passo a passo, sem entender a associação de meus amigos em arte e em coração, com os mais diversos infernos – Fautos e mais Faustos, dando a alma e o coração, dando a criatividade e a moção, ao objetivo que não surta o subjetivo – Para conquistar a grana da fama...


 


Aqui, nesse tipo de lugar, num recanto der Belford  Roxo, encontro João Mathias – o cara da Panela  Zen, encontro o Frequência Roots e o Sangue Rasta – mágicos subversivos de uma realidade que entendem em prosa e verso, em canto e encanto – irresponsáveis com a economia  e poder, dos que sorvem um Merlot e,  rindo da verdadeira arte que produz a rua.


 


Ainda ontem – na verdade ante ontem, sexta, no SESC/NI – e não me venha dizer, que não foi o uso cínico, de poder, persuasão e subversão em conseguir aquele espaço, para um morto – para um morto que se faz vivo e presente apenas na alma, dos parentes e  daqueles pares,  que lhe devotam extremo amor e admiração, por sua pessoa e por seu trabalho e incessante atividade de linkagem e criatividade – O mundo não o conhece, o universo artístico carece de seu pensar,  de sua luz e iluminação criativa – a unidade que se forma em soma de arte que lhe, louvam, seria a mínima parte, do que se poderia ser de verdade – Há quem seja mais útil, utilizável .


 


Ainda ontem, vi a vida e vitalidade de Marcelo Peregrino , Maciel, Dudu de Morro Agudo, Federoca, Jairo Bráulio entre outros – que não representam a pequena unidade e universo, de pingentes do colar de breque, de Robson Gabiru – E faltou muita gente naquele vagão de trem.


 


Jamais vou entender os caprichos da rua – jamais vou conseguir num texto, tornar minh´alma nua e vazia dos sentimentos que me acometem.


 


Jamais conseguirei tornar útil e fácil, a verve em prosa e poesia, em ações de mecenato que vivi num passado e nas observações que ora faço – Seu Jorge vai ao Capão e pinça Ed Rock, em seu rap sensacional e lindo e em sua importância de propor ao cenário anti mídia e underground dos Racionais, uma carreira solo rica – mas Ed Rock não é muro derrubado, no sentimento de amostragem pro Brasil e ainda vai a ele, Falcão do Rappa  e o Natirut´s em Abrem-se os Caminhos – “(...)A luz do novo dia sempre vai chegar, pra clarear você”, pra iluminar você, pra inspirar, pra alimentar você(...)”.(That´s My Way, Ed Rock e Seu Jorge)


 


Quem surge na linha de fé, para iluminar e clarear, João Mathias?


Quem chega para inspirar e alimentar Dudu de Morro agudo?


 


Quem chega ao fim do mundo – Aqui, nesse tipo de lugar, para inspirar e dar a luz de um novo dia à Marcelo Peregrino, Sangue Rasta e tantos outros que nunca chegaram, a meu conhecer?


 


Que responsabilidade à cada um, em parar e conversar com aqueles, que nos marcam consultas e nos conseguem vaga para internação – quando isso deveria ser um direito e conquista acessíveis com a indicação médica ou o pedido pessoal de ente familiar.


 


Que responsabilidade em sorrir vendo o amigo trocar lâmpadas e varrer a rua, quando este serviço que serve a saúde pública e ainda a segurança pública, deveria ser ação do executivo – que abre a brecha para que uma candidatura que lhes interessa se reforce .


 


– E que vontade de não estar mais nesse mundo injusto – E me surge a fala de um negro a dizer: - é tua ainda, a  responsabilidade em  fazer luz sobre a escuridão, de pinçar aquele que “não vai além de uma nota de cem”, para que possa continuar a fazer parte – o tal Macedo Griot, querendo me acelerar, querendo me preservar...vivo e inteiro.


 


O tal Macedo Griot, o Tal Mailton Rangel e alguns outros, querendo a minha pessoa e presença, aqui nesse tipo de lugar, vivo e sem demências e fraquezas  – que sempre me gerou à  vontade de morrer, que sempre insiste em não reconhecer  o “outr0” –  Aqui nessa parte da Periferia do Mundo, que sempre se mostra mais forte o imundo.


 


Aqui nesse tipo de lugar tem ARTE.



 


(Esse texto foi escrito, com muita emoção que teve em soma, a audição do novo trabalho de Ed Rock, “Contra Nós Ninguém Será”  e além dessa emoção, que o trabalho traz, soma-se a conversa com Dudu de Morro Agudo, na coxia, camarin – Armazém de gente “Foda” (naqueles poetas e músicos convidados a fazer a arte, em parte, para saudar, Robson Gabiru em seu lindo Tributo, muito bem produzido), que se instalou atrás do palco do SESC/NI:- aquele preto nem sabe o que transformou do meu olhar sobre ele, nem sabe do me bateu importante o que ele me falou – atingindo minha alma preocupa da com a hora da minha deixa, para entrada em palco, Aquele negão é ouro...)


 


Ainda meu agradecimento a Fernando Blue, Fernando Junior, um arquiteto completo com ser humano, como poeta, pai, marido, amigo – Obrigado por me incluir naquele  universo.