segunda-feira, 12 de maio de 2008

CULPA

I

A culpa da morte da menina Isabela é da nova imprensa brasileira ( Bom!! Eu li a biografia do Samuel Wainer e não há nada de novo, a não ser, o escandaloso glamour ao espetáculo) e sua vanguarda de jornalistas (jornalistas são aqueles que INVADEM residências, automóveis e a vida das pessoas, a cata de um furo?). Culpa maior vem das faculdades de comunicação e jornalismo e de seus professores.

A culpa é de quem forma e não de quem emprega. Na formação, vai orgulho e consciência embutidos no pacote. Tudo bem, que a cada ano vão a formatura cinco mil novos jornalistas brasileiros, que são, por conta da maior oferta que a procura, abduzidos e submetidos a uma lavagem cerebral, com a simples entrevista a que são submetidos e também pelo vislumbre de um emprego em um jornal de renome nacional/local ou ainda pela oferta da visibilidade oferecida pela exposição em uma rede de tv.

Seria culpa da vontade de ser?. Seria culpa da necessidade de ser. Seria culpa da obrigatoriedade de ser?
Ou a culpa é mesmo da concorrência e do mercado e por conseqüência do tal capitalismo? Será que é ao capitalismo que devemos fazer sangrar pela falácia e pelo absurdo nojento, tendencioso e mentiroso a que se entregou o entregador de notícias?

Tenho plena certeza que ao chegar a casa, a maioria dos jornalistas que cobrem o caso, deve chorar junto aos seus, pois sabem, que não fazem um bom trabalho.Têm eles certeza que o que fazem não é sério ou responsável.

II

A condenação anterior ao julgamento é como diz o Boris Casoy um absurdo. É tão venal quanto um jornalista e/ou apresentador de programa jornalístico (acabamos por ficar confusos com quem é quem) fazer sem o pedido e/ou concessão prévia dos tele espectadores comentários, alusões e CONCLUSÕES (na maioria das vezes fazendo ecoar seu pensamento próprio ou o de seus chefes, criando assim, a formação de opinião, muitas vezes indesejável e fácil num país de analfabetos funcionais).

III

Não sei, se há culpa, nos acusados. Apesar das medidas tomadas pela Polícia Judiciária, pelo Ministério Público e pelo Juiz que decretou a prisão a única certeza que tenho é do escracho público que não desejaria a nenhum dos meus – e sem querer ser demagogo ou hipócrita, errar e cometer crimes é algo do homo sapiens (ou Demens?) que por conta disto tem no Estado a função judiciária – ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo crime. Nós que formamos a sociedade temos direito a ter uma justiça que não falhe e que se apóie em leis modernas que atendam a demanda da modificação comportamental a que somos submetidos por conta do desmazelo na condução do Estado e pelas intempéries mundiais – principalmente quando se fala em saúde, educação, distribuição de renda, igualdade de direitos e justiça.

IV

O casal suspeito já foi condenado e independentemente de conseguirem um hábeas corpus e saírem da prisão e ainda de seus advogados conseguirem empurrar o julgamento para daqui a mais de três anos eles não tem chance de serem poupados por um júri popular.
Não houve silencio e nem restrição de informações o que é um erro comentado por juristas e especialistas.

Mas a audiência foi Espetacular...

V

Nas favelas cariocas, a polícia mete o pé na porta a qualquer hora...Sem os holofotes da mídia jornalística brasileira, trabalham a vontade, dão porrada e quebram tudo, inclusive pessoas...Não há a necessidade de mandado de busca, apreensão ou prisão...O bicho pega e o bagulho fica doido entre as dezoito e as seis da manhã...
...Mas isto não dá audiência à não ser no programa do Wagner Montes.