sábado, 22 de junho de 2013

POSSO E NÃO POSSO

Se quero sair daqui e correr
pelas ruas da cidade
se quero sentir e sonhar
que ainda não é tarde...

Posso...
E não posso...

... E ainda que insista
Por respeito a minha idade
Posso tropeçar em porrada
E cair em bomba e fumaça

E ainda que me aquiete
Para não me perder pela idade
Não posso, não ser ou ser nunca
E pular na corcunda de meu filho
Em nome da justiça e paz

Posso ...
E não posso...

POSSO?

EU SEMPRE SOUBE

 

As ruas mentem sem minha ajuda
É um vício, da necessidade de ser
É uma vocação, herança colonial
É um surto, soprado por políticos
E eu sei e sempre soube que não presto


Escorrem pelos lábios, a raiva e a ira
Daqueles que sucumbem, às provas
Da lida diária, com o desmedido
E eu como neste prato, faminto!!!
 
E eu sei e sempre soube que amo demais
Não sei mais viver onde vivo – e como vivo
E nem sei mais como viver – em quaisquer
Círculo, coração e egrégora – ou em mim
E eu sempre  soube que seria assim...