As ações neo liberais estão em curso em diversos governos e plataformas políticas. Há, um quê, de disfarce, que é mesmo na verdade, infeliz insensatez de governantes e parlamentares.
Mesmo antes, dessas ações, tomarem curso de forma mais pragmática, ações não governamentais, já existiam, envolvidas na dádiva e na cáritas..
Grupos de rotarianos, grupos de determinadas lojas de sendas místicas, grupos de determinados centros Kardecistas e de denominações afro-brasileiras, grupos da igreja evangélica e principalmente a igreja católica.
Em determinado momento, por volta do final dos anos oitenta e início dos anos 90, aconteceu um grande boom e vimos explodir no Brasil um centena de milhar de Organizações Não Governamentares...Entra o Estado mínimo, sai o Estado responsável pela divisão equânime do bem estar social, político e econômico...As ONG´s vão pouco a pouco ocupando os espaços possíveis, largados de mão pela incompetência e incapacidade da gestão dos Estados, e ainda, pela própria condução da gestão para os ideias pontuais do neo liberalismo.
Esta circunstância conjuntural fez com que os patrocinadores, fomentadores e bancadores – Os Mecenas - dos projetos sócio culturais, sócio educacionais, de saúde e de meio ambiente, criassem uma estratégia para organizar, a busca e a corrida, por captação de recursos...E a antiga caritas, se reorganiza e assume formatos novos e difíceis, fazendo então existir a figura do captador, que somente as .grandes instituições podem gerir e/ou pagar (em média de 10 a 20 por cento do capital captado).
A profissionalização da cáritas, causa um enorme vácuo na arrecadação da maior parte das ONG´s, pois que este profissional, se articula através de variadas mídias, oferece em troca além das contrapartidas próprias e inerentes as ações da ONG que representa, visibilidade (há aqui um feedback), o que os governos propõem a nível de isenções dentro de suas políticas de cultura e assistência social, estabelece também um braço que segue pela via do lobbismo , ação que gera uma panela e um bunker que monopoliza os recursos, para algumas instituições, que obtêm sucesso em suas perspectivas e outras que sucumbem.
Sem querer desdobrar este texto ao nível que poderia e deveria, corto para o fato estrutural de que se aproveitam o Estado e determinadas ONG´s, posto que pelo grande numero destas, diversos problemas de nível sócio-educacional, pelo menos, deveriam estar já, erradicados.
Há também o fato de que a União, os Estados e Municípios andam a lavar as mãos, além do necessário, esperando, que a Sociedade Civil Organizada e as organizações do Terceiro Setor, resolvam ou amenizem, quase tudo.
Desta circunstância, que se estende do conjuntural ao estrutural, muitos “Indivíduos Não Governamentais”, muitos Grupos e Coletivos não Institucionalizados tem se esforçado, para dar sua contribuição a sociedade e a seu entorno...E o que se pode ver é, que a grandeza deste povo, dito cordial é, realmente estonteante, dada a dimensão de sua criatividade e ação concreta, mesmo que dentro delas existam sonhos e subjetivismos é aqui que reside o fenomenal senso de futurível, o potente outrar-se e fenomenológico dar-se.No Gueto Mostra de Bandas Inéditas e Musica Pra Dançar No Fundo do Quintal
Em Areia Branca, Belford Roxo, no alto da rua Bela Vista, existe o Espaço No Gueto, fundos da casa do músico João Mathias (Desaguada, 5 Kilates, Maria Preta, Seu Mathias e Pabela Zen) que unindo seu vigor já quarentão a uma galerinha rock´n Roll, divertida e criativamente chamados de, Caramujos, reúnem-se semanalmente, centenas de pessoas para assistirem a várias bandas, de vários estilos, junto a muita conversa e diversão, com certeza a multiplicação das ações que vão sendo levadas dentro da cabeça, plantadas e infectadas, pelo vírus do: “eu posso também, pô!!!”
Filosofia e Hip Hop Em Baixo Do Viaduto Setor BF
Sob o viaduto de Mesquita, reúne-se junto aos malungos do Setor BF, o coletivo Anti-Cinema, uma fração da galera que faz parte do Enraizados, outra que vem da Casa das Inspirações , o Observatório das Metrópoles, mais o representante da Fundação Rosa Luxemburgo, aqui no Brasil denominada FASE, o incansável peregrino e caçador de inspirações artístico sociais Aércio, juntam-se a eles, outros tantos coletivos, que aparecem, quer seja, para assistir, quer seja para apresentar seu trabalho.
Ali nas simplérrimas e pequenas instalações, sob o viaduto, articulada pela galera que move e cuida do espaço, acomodam-se os convidados para programações incansáveis, que avançam, semanas e meses adentro e, colocam-se: no Café Filosófico, no Teatro, No Cine Clube, Na Música e na dinamização de temáticas das mais diversas e de grande relevância da cultura, políticas publicas e do pensar sobre a sociedade brasileira.
Lá, junto ao meu broder, o sociólogo André Leite e a historiadora, Érica Moura, sua esposa, pude mais uma vez, ter um encontro com sua tese de mestrado “ Memória Social da Baixada Fluminense”, que rolou em mó clima de participação, perguntas, comentários e apaixonado climão.
A palestra, foi a sobremesa que seguiu ao delicioso prato, um filme curta metragem, sensacional, do brodico Marcio Grafitte (que como gente grande que é freqüenta no mó luxo a Escola de Cinema Darcy Ribeiro.), que tratou do movimento soul music (muito legal poder ver meu amigo e vizinho Cridi.Já repararam a quantidade que tenho vizinhos ilustres).
Entre goles de conhaque e de prosa com os articuladíssimos Medi, Gustavo e Fábio Branco, finquei mais e mais meu pé, na capacidade absurdamente criativa, daqueles verdadeiros arquitetos sociais..
Espaço Cultural Na Varanda de Casa Espaço Cultural Donana
O Centro, Espaço de Cultura Donana, existe jah, há mais de uma década...Andou desarticulado e fragmentado, mas nunca desencorajado...Palco de uma história vigorosa da cena reggae de Belford Roxo, vai virar filme nas mãos de Cacau Amaral do Coletivo de Cinema Mate com Angu, está na tese do sociólogo André Leite e volta a ser palco de ações voltadas ao esporte – capoeira – a musica e ao cinema – Cine Rock – e ainda foi e é palco do nascimento das reuniões pró Conferência Municipal de Cultura de Belford Roxo – idéia que me sinto muito feliz de ter parido.
O Diogo, sobrinho de Dida Nascimento, tio musico das seminais Desaguada, KMD5 e da extinta Negril, junto a seus primos mais o Emerson, articulado garotão que faz parte da direção do Movimento Estudantil e é membro da Federação das Associações de Moradores e que entra desta empreitada, somando com seu equipamento de som e projeção...Vão sendo a mola e o health que faltava ao sangue criativo e fértil de Dida.
Poesia Na Câmara Municipal, Sarau Poesia Na Câmara
A falta de espaços somada a falta de equipamentos de som, para a realização de um sarau que envolveria musica, teatro, cine clube, circo, expressões folclóricas, mostra de artes plásticas e a poesia...Fizeram com que este poeta, primeiro recorresse a varanda da casa do músico Roger Hits, vocalista e violonista da extinta e ótima Caô de Raiz, no que ficou conhecido como, Sarau Poesia Na Varanda...Com a dificuldade de se montar mensalmente, a estrutura necessária para que o sarau acontecesse, então o poeta, se viu iluminado pela idéia de solicitar o espaço da Câmara Municipal de Belford Roxo, que rolou...Pedido aceito e a coisa flui, ainda que sem fomento e ajuda, mas com toda a estrutura necessária de microfones, mesa de som, amplificadores, ar condicionado, cadeiras, cafezinho e refresco...hummmmmmmmmmm.
É preciso confessar aqui, que por conta de uma série de muzengas, há dois meses (julho e agosto) o Sarau naum rola – não há fomento, não há logística, não há nada além de crítica e vou ficando esgotado e cansado pelo debruçar em uma dedicação extra humana para a realização dos eventos - em setembro, seremos também silêncio...Outubro será amanhã e “amanhã vai ser outro dia”
Aulas de Dança de Salão No Salão de Festas
Carlinhos é cabeleireiro, Roberta é cabeleireira....A minha careca é cuidada lá, no Salão Stylu´s...Juntos, marido e mulher além de par inseparável são ainda professores de dança, em um salão de festas, que se presta e empresta, para produzir auto estima em jovens de mais de 60 anos e também nos com bem menos.
Uma vez por mês, aliados a Ediarte, fazem um baile pra dançar....Ótimo exercício de treinamento e diversão.
A música é ao vivo....Os alunos rodam baile valorizando além dos movimentos e trejeitos da arte de dançar a arte de tocar e cantar.
Clube estimulante de conversas e rodopios...
Puxando da idéia e da memória me surgem e vem outras iniciativas...Mas vou já encerrando por aqui, é que jah vamos a consumir, três laudas....
Nosso desgoverno, encontra pouso em nossa vontade...E o que fede e choca é, que nem assim, a mídia nos dá foco. Nem por isso, a iniciativa privada nos dá fomento e, o governo nem ao menos nos aperta com seus abraços.