Fiquei muito P da vida com a circunstância de violência novamente sofrida por Marcelo Yuka...
Na verdade eu ando muito P da vida com as circuntâncias de violência em meu Estado (isto para encurtar um pouco este post, pois que, a violência anda solta em todo o País)...
Meu filho de 17 anos, em agosto passado, no dia de seu aniversário, sofreu um espancamento sem sentido na Casa de Shows Via Show, na Rodovia Presidente Dutra, altura de São João de Meriti/RJ. O espancamento foi produzido pelos seguranças da casa, e até hoje, eu não consigo entender porque estas coisas andam a acontecer em lugares onde a diversão deveria ser a tom principal - meu filho teve sorte. Eu e sua mãe tivemos sorte pois muitos jovens já ficaram sequelados e/ou mortos por alí.
Voltando a Marcelo Yuka - que tive a oportunidade de conviver durante o período que foi bateirista do KMD5 (banda seminal do movimento reggae em Belford Roxo) e ainda do Conexão Xangô (logo após sua sahída do KMD5 e levemente anterior a criação do Rappa) - Que é a prova viva de que o que dizem a cerca de que um raio naum cai duas vezes no mesmo lugar...não é verdade...sofre agora sua terceira ação violenta oriunda da mesma fonte - assalto.
Yuka, apesar dos diversos problemas de saúde e físicos que ainda permanecem agregados a sua inquietude civil, a sua criatividade artística e a sua fome de agir, tais como o fato de não andar, de não ter todos os movimentos e ainda outros causados pelos tiros que recebeu durante seu primeiro encontro com a adversidade criminosa do Rio de Janeiro, toca diversos projetos Profissionais que acontecem dentro e fora de seu estúdio, Sociais que acontecem baseados em sua ONG - a BOCA - e de Crítica Social que é a união entre o seu Eu profissional e suas atividades no Terceiro Setor com as atividades da Rádio Anti Combate e da Cia de Cinema Barato que envolve uma galera bacana que conheço aqui da Baixada (Coletivo Anti Cinema) que tem atividades em presídios e delegacias ensinando a presidiários através de oficinas e exibições de curtas a arte do cinema...(aqui apenas citei a ponta de um iceberg)
A música Sujo é um mais do mesmo do texto que aqui rola...Ela é cartesiana...Pois no encontro de dados, que podem ser referencias geográficas e de tempo, de distâncias e de parâmetros, de esquinas e de movimento e ainda do gigantismo e da covardia do poder instituido e do paralelo, da segurança pública e da privada, das polícias e das milícias, do tráfico e da contravenção, da fome e da falta de educação, do choque de ordem e da falta de emprego...E clama: por que eu? Por que eu?
Em 2000 quando foi vítima do primeiro raio, escreví um poema. Este poema foi dado a Dida Nascimento, um companheiro de estrada de Yuka dos tempos de KMD5. Sempre que vou a casa de Dida o vejo pregado a parede junto a outras tantas letras que vai fazendo e/ou recebendo...Dida insiste em utilizar da linha melódica que criei...Eu gostaria de que fosse uma onda dele...
Não há necessidade de fazer um outro poema homenagem a Marcelo Yuka, por conta de sua luta e vigor, por conta desse novo raio, pois que, o primeiro poema ainda é válido e atual, apesar de ter já, oito anos...A violência piorou no governo Sérgio Cabral...Ela é agora ordenada e abcissa de uma guerra que vai derrubando corações e mentes.
O estrondo poderoso
que ouví
não era o ronco
do trovão
Eram balas de revolver
vindo
em minha direção
logo eu
que ví de perto
a dor
parado paralisado
em estado de choque
em meio a cacos
de vidros quebrados
logo eu
que ví de perto
a dor
(...)
Meu respeito e meu abraço Marcelo...
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