SOMBRAS DA ESCURIDÃO
Quando chora o coração
de ir embora
Sofrido infarta o coração
de quimera
Ido o corpo insano
se presta a corrupção
do hipotálamo
Sem garra
o pênis solitário
regurgita vida
E maior que a pôrra insana
que esparge ao leo
É a vida que clama por sentido
Na miséria
sem misericórdia do ocaso
Na insensível palidez
do não ser
Pois que a sana
é a gana do poeta
que morre e mata
por precisar ser ungido
de ir embora
Sofrido infarta o coração
de quimera
Ido o corpo insano
se presta a corrupção
do hipotálamo
Sem garra
o pênis solitário
regurgita vida
E maior que a pôrra insana
que esparge ao leo
É a vida que clama por sentido
Na miséria
sem misericórdia do ocaso
Na insensível palidez
do não ser
Pois que a sana
é a gana do poeta
que morre e mata
por precisar ser ungido
Um comentário:
MAGO SARAMAGO
“Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir”.
, sempre receio
a proximidade da noite
porque luto com palavras
cheias de benignidade,
mas, ainda assim,
não tenho a ilusão
de revelar neste sonho despedaçado
entre a verdade e a dor,
o veneno da infância,
infelizmente não.
Entre a verdade da dor
e a dor da verdade
escolhi a ternura que cedo
preencheu meu íntimo
de rios, figos e caminhos.
E luz e viajem e a sensação
de que é o amor o inimigo
e com esta tristeza entrelaçada
em nossos corpos traídos pelo tempo,
mais uma vez receio
a proximidade da noite
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