sábado, 28 de fevereiro de 2009

O CANAVAL A SEGURANÇA PÚBLICA E A CONTRAVENÇÃO






INDICAÇÃO DE LEITURA DIRIGIDA SOBRE O CARNAVAL FEITA EM PLENO CARNAVAL. (Parte 2)


No mesmo O Globo de domingo 22/02, parte Rio, página 11, Sérgio Ramalho faz um tour sobre a mais demagógica das circunstâncias: Agentes da Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro trabalham para os contraventores do jogo do bicho e fazem a segurança do carnaval buscando em um segundo turno de trabalho - o bico - o merecido salário digno.

A verdade é que Sérgio não descobre a pólvora em sua matéria. Apenas explicita, dando murro em ponta de faca (assim como eu), uma circunstância conhecida de “todos’ os cidadãos deste país, incluindo-se as autoridades do establishment da Segurança Pública, do politboureau do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado e do Governo Federal.

Não haveria carnaval sem a interferência do mecenato (e em conseqüência, da administração) dos patronos do jogo do bicho carioca. È clara também a inferência do tráfico. Nenhuma escola desfilaria com o brilho e a grandiosidade no sambódromo somente com a subvenção da RIOTUR. O Rio de Janeiro tem um carnaval milionário, muitos mecenas e entre eles alguns que a lei observa com reservas.

A cada dia que passa eu admiro mais a clareza das declarações de Hélio Luz no ducumentário Noticias de Uma Guerra Particular de Kátia Lund e João Moreira Salles (http://wwww.youtube.com/watch?y=K9TS_N2ybZ4)

A imprensa costuma denunciar, anunciar e rotular a existência do jogo do bicho como sendo apenas a ponta de um grande iceberg que traz junto consigo o tráfico, o contrabando, a exploração da prostituição e mais uma dezena de delitos e sei lá mais o que...Eu como não sou policial e nem convivo com eles, não sou jornalista alcagüete que se infiltra entre os facínoras para fotografá-los, gravá-los e incitá-los a me cortar todo com uma espada ou a queimar-me em um barril cheio de gasolina ou ainda entre pneus velhos quando descoberto por conta de um prêmio Pulitzer ou similar brasileiro, afirmo, as autoridades são de uma demagogia extrema e nós cidadãos também, pois primeiro condenamos intimamente e também em conversa, em vontade e sede de justiça tais agentes e ações e depois vamos ao espetáculo do samba louvar o show produzido por quem condenamos.

Demagogia maior só no seio e ações dos protestantes e católicos, que fazem a evangelização, pedindo e tomando o pão do cristão, ao invés de, dar o pão junto ao vinho e a palavra.

Todas as autoridades brasileiras sabem e ninguém fala nada, impede ou reclama. E ainda bem. Imagine o Rio sem Carnaval, sem samba, sem Escola de Samba e sem desfile.
Sem a beleza e o espetáculo que são as cores, o brilho, a nudez, a plasticidade, a criatividade em movimento que tal qual um caleidoscópio dobra-se e desdobra-se em múltiplas evoluções de esculturas vivas, de quadros animados e que ainda é a tradição lida e relida de forma absolutamente surreal, lúdica e encantadora.

Este texto não é uma Ode aos que estão as margens...Mas um enxugar de gelo...Um soco na parede...Um murro em ponta de faca...Sobre uma indecisão minha, tua e de todo um bloco de passistas, banqueiros, empresários, artistas, políticos, batuqueiros e Joãos ninguém que envergonharia Aristóteles em sua Ética a Nicômaco.

Agradeço a clareza com que Sérgio Ramalho e Carla Rocha expõem o fato...Não simplesmente buscando fazer denúncia, mas provocando, incitando e sacudindo o homo (nom) sapiens brasileiro a pensar.

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