terça-feira, 9 de junho de 2009

MARKO ANDRADE REGURGITANDO O VIRADÃO BASEADO EM KAFKA


O talentoso poeta e compositor Marko Andrade, parceiro da maviosa voz, talento, beleza e charme de Namay em Recitando Samba e ainda gerreiro firme do bunker de luta pela cultura (é um dos articuladores do Movimento Lona Cultural de Madureira), escreveu uma crônica a respeito do formato escolhido pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, para dar condução ao evento chamado de Viradão Cultural, que aconteceu entre as 21:00 hs de sexta feira dia 05/06 até o domingo passado...Reproduzo aqui neste espaço de conversas o texto de forma integral



MACAQUICES, MACACADAS , MACACÕES E MANCADAS DA CULTURA ELEITOREIRA CARIOCA


Macaco, no sentido lato, é a designação comum a todas as espécies de símios ou primatas antropóides , Kafka, Em um de seus contos “Um relatório para uma academia”, de 1919, um macaco narra as transformações que ocorreram em seu processo de humanização, a única saída para uma vida condenada à jaula. O que me parece, fazendo um paralelo entre o macaco de Kafka e a macaquice na da secretária de cultura da cidade na virada cultural carioca, é que a nossa secretaria entende que temos que ser humanizados e que a cultura carioca é primitiva desprovida de criatividade e de capacidade de produzir seus próprios códigos e dinâmicas culturais. Para as elites culturais da cidade e gestores( OFICIAIS) da cultura da cidade do Rio de Janeiro, nosso modo de vida , nossas características e nossa história são incultas,e precisam ser humanizadas elevada ao status civilizatório, pelo menos é o que parece quando de forma vergonhosa e estranha simplesmente copia uma modelo que deu certo em são Paulo por conta de uma questão histórica coerente e relativa a cidade de são Paulo , empurra goela abaixo dos carioca esta tal virada cultura, com se nos fossemos desprovidos inteligência e fossemos meros macacos de imitação. Esta virada que a prefeitura do Rio copiou de são Paulo nos deixou envergonhados , intrigados e com uma pergunta que não cala, de como pode uma cidade que tem na cultura sua maior riqueza, ver tudo isto ser jogado no lixo, desprezando pessoas comunidades, artistas, trabalhadores, intelectuais e gente que se orgulha do modo de vida carioca ,da natureza de nossa cultural? É bom avisar para nossos gestores públicos que não precisamos ser humanizados,existe na cidade do Rio de Janeiro, gente que pensa ,que trabalha , que pesquisa, que entende profundamente o que é esta cidade e os muitos tipos de gentes que vivem nela, e que ajudaram e ajudam a construir, mesmo que invisível para a secretaria de cultura da cidade , a nossa alma cultural e que é a maior riqueza desta cidade de são Sebastião do Rio de Janeiro e que não estamos condenados à jaula.

marko