sexta-feira, 18 de junho de 2010

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VAI SARAMAGO... VAI

(Estranho Seria Dizer, Vai Com deus...)

MORREU HOJE JOSÉ SARAMAGO ... Com ele morre um grande espaço da filosofia e do pensamento.



"No dia seguinte ninguém morreu"
Intermitências da Morte

Não por coincidência, a última postagem de Saramago em seu blog, Outros Cadernos de Saramago, diz:

Pensar, pensar Junho 18, 2010 por Fundação José Saramago

Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma.

Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008


Os dois últimos livros lidos por mim foram, "Caim" e " O Evangelho Segundo Jesus Cristo" (este repousa ainda sobre a cômoda"... Parece sacanagem ...

"(...) Os peixes réprobos, de pele lisa, aqueles que não podem ir à mesa do povo do senhor, foram assim restituídos ao mar, muitos deles, mesmo, já tinham ganho o costume e não se preocupavam quando os levava a rede, sabiam que pronto tornariam à água, sem risco de morrerem sufocados. Em sua cabeça de peixes criam beneficiar duma benevolência especial do criador, senão mesmo de um amor particular, o que os levou, ao cabo do tempo, a considerarem-se superiores aos outros peixes, os que ficavam nas barcas, que muitas e graves faltas esses deviam ter cometido a coberto das escuras águas para que deus, assim, sem piedade, os deixasse morrer."
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, pag 228


Estes dois livros, que lí, em conjunto com Dom Casmurro de Machado de Assis e O Jesus Histórico de Jean Domenic Crossan( todos ao mesmo tempo...falta terminar este último), não foram uma busca e tampouco alento...O último ano, principalmente de agosto de 2009 para cá, tem sido muito difícil e eu precisava do sarcasmo para segurar a ôia...Precisava me alimentar e potencializar com descrença na divindade ou quem sabe ter certeza de seu sarcasmo e desprezo...

Saramago...É uma planta que serve de alimento para pobres em tempos difíceis...Sério, é mesmo...Esse Saramago do nome de José foi acrescido a seu nome, visto que era apelido de seu pai pelo tabelião.

Me alimentei, rí, pensei, fiquei triste...A nehuma conclusão cheguei...E nem queria...

(...) Ó pai, chamou o moço, e logo uma outra voz, de adulto de uma certa idad, perguntou,Que queres tú, Isaac, levamos aqui o fogo e a lenha, mas onde está a vítima para o sacrifício, e o pai respondeu, O senhor há de prover, o senhor há de encontrar a vítima para o sacrifício. E continuaram a subir a encosta. Ora, enquanto sobem e não sobem, convém saber omo isto começou para comprovar uma vez mais que o senhor não é pessoa em quemse possa confiar. Há uns três dias, não mais tarde, tinha ele dito a Abraão, pai do rapazito que carrega às costas o molho de lenha, leva contigo o teu único filho, Isaac, a quem tanto queres, vai à região do monte Mória e oferece-o em sacrifício a mim sobre um dos montes que eu te indicar. O leitor leu bem, o senhor ordenou a Abraão que lhe sacrificasse o próprio filho, com a maior simplicidade o fez, como quem pede um copo de água quando tem sede, o que significa que era costume seu, e muito arraigado. O lógico, o natural, o simplesmente humano seria qe Abraão tivesse mandado o senhor a merda, mas não foi assim(...)Quer dizer, além de tão filho da puta como o senhor, Abraão era um refinado mentiroso, pronto a enganar qualquer um com a sua língua bífida, que, neste caso, segundo o dicionário privado do narrador desta história, significa traiçoeira, pérfida, aleivosa, desleal e outras lindezas semelhantes(...) Acto contínuo, empunhou a faca para sacrificar o pobre rapaz e já se dispunha a cortar-le a garganta quando sentiu que alguém lhe segurava o braço, ao mesmo tempo que uma voz gritava, Que vai você fazer, velho malvado, matar seu próprio filho, queimá-lo, é outra vez a mesma história, começa-se por um cordeiro e acaba-se por asassinar aquele a quem mais se deveria amar(...)"
CAIM, págs 79/89

"No final descobrimos que a única condição para a vida existir é a morte".



OBRAS

Poesia


Os Poemas Possíveis, 1966
Provavelmente Alegria, 1970
O Ano de 1993, 1975

Crônica

Deste Mundo e do Outro, 1971
A Bagagem do Viajante, 1973
As Opiniões que o DL Teve, 1974
Os Apontamentos, 1976
Viagens a Portugal, 1981

Diários

Cadernos de Lanzarote I, 1994
Cadernos de Lanzarote II, 1995
Cadernos de Lanzarote III, 1996
Cadernos de Lanzarote IV
Cadernos de Lanzarote V

Teatro

A Noite, 1979
Que Farei Com Este Livro?, 1980
A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987
In Nomine Dei, 1993
Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido, 2005

Conto

Objeto Quase, 1978
Poética dos Cinco Sentidos – O Ouvido, 1979
O Conto da Ilha Desconhecida, 1997

Romance

Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio sobre a Cegueira, 1995
A Bagagem do Viajante, 1996
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
As Pequenas Memórias, 2006
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009

Prêmios

Portugal
Prêmio da Associação de Críticos Portugueses por A Noite, 1979
Prêmio Cidade de Lisboa por Levantado do Chão, 1980
Prêmio PEN Clube Português por Memorial do Convento, 1982 e O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
Prêmio Literário Município de Lisboa por Memorial do Convento, 1982
Prêmio da Crítica (Associação Portuguesa de Críticos) por O Ano da Morte de Ricardo Reis
Prêmio Dom Dinis por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1986
Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1992
Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995
Prêmio Camões, 1995

Itália
Prêmio Grinzane-Cavour por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1987
Prêmio Internacional Ennio Flaiano por Levantado do Chão, 1992

Inglaterra
Prêmio do jornal The Independent por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1993

Internacionais
Prêmio Internacional Literário Mondello (Palermo), pelo conjunto da obra, 1992
Prêmio Literário Brancatti (Zafferana/Sicília), pelo conjunto da obra, 1992
Prêmio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), 1993
Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995
Prêmio Nobel da Literatura, 1998