sábado, 18 de julho de 2009

OBAMA E BUSH: FARINHAS DO MESMO SACO


As esperanças de um mundo melhor e mais harmônico e de uma era pós Bush, com a eleição de Obama para a Casa branca, aos poucos vão se dissipando...Ao que parece os Estados Unidos vão largar um pouco o pé do chamado eixo do mal oriental e investir em um Bick stck remodelado...Os olhos e atenções do império decadente é mesmo a América Latina.


Reproduzo abaixo, texto de Fidel Castro, dando conta das ações norte americanas no recente episódio do golpe militar em Honduras. O engraçado, é que no texto anterior, eu falo dos rompimentos históricos, falo dos rompimentos com situações de opressão, de jugo e de uma caminhada a passos largos para a condução de uma sociedade mundial em melhore maior harmonia (se é que isto não é uma utopia)...Na contradição criada, louvo o pé atrás, que é a volta para trás, para refazer bem o que ficou por fazer ou o fazer de novo do que ficou como bom modelo. E o governo americano, volta para trás, para financiar golpes militares de forma a macular o Estado, a sociedade, a cultura e a politica da nossa América latina.


Segue texto de Fidel Castro


17 DE JULHO DE 2009 - 10h49


Fidel: O que deve ser demandado dos Estados Unidos
A reunião na Costa Rica não conduziu, nem poderia conduzir à paz. O povo de Honduras não está em guerra, apenas os golpistas usam as armas contra ele. Deveria ser cobrado a eles que cessem sua guerra contra o povo. Tal reunião, entre Zelaya e os golpistas, só serviria para desmoralizar o presidente constitucional e desgastar as energias do povo hondurenho.

Por Fidel Castro, no Granma



A opinião pública mundial conhece o ocorrido nesse país através das imagens difundidas pela televisão internacional, principalmente a Telesur, que, sem perder um segundo, transmitiu fielmente cada um dos eventos ocorridos em Honduras, os discursos pronunciados e os acordos unânimes dos organismos internacionais contra o golpe.O mundo pôde ver os golpes descarregados contra os homens e as mulheres, as milhares de bombas de gás lacrimogêneo disparadas contra a multidão, os grosseiros gestos com as armas de guerra e os disparos para intimidar, ferir ou assassinar os cidadãos.


É absolutamente falsa a idéia de que o embaixador dos Estados Unidos, em Tegucigalpa, Hugo Llorens, ignorara ou desencorajara o golpe. Ele sabia, como os conselheiros militares norte-americanos, que não cessaram um minuto de treinar as tropas hondurenhas.Hoje se sabe que a idéia de promover a negociação de paz na Costa Rica surgiu nos escritórios do Departamento de Estado, para ajudar a consolidar o golpe militar.


O golpe foi concebido e organizado por inescrupulosos personagens da extrema-direita, que eram funcionários de confiança de George W. Bush e tinham sido promovidos por ele.Todos, sem exceção, têm um longo arquivo de atividades contra Cuba. Hugo Llorens, embaixador em Honduras desde meados de 2008, é cubano-americano.


Faz parte do grupo de agressivos embaixadores dos Estados Unidos na América Central, composto por Robert Blau, embaixador em El Salvador, Stephen McFarland, na Guatemala, e Robert Callahan, na Nicarágua - todos nomeados por Bush, nos meses de Julho e Agosto de 2008.Os quatro seguem a linha de Otto Reich e John Negroponte, que, junto a Oliver North, foram os responsáveis pela guerra suja contra a Nicarágua e os esquadrões da morte na América Central, que custaram, aos povos da região, dezenas de milhares de vidas.


Negroponte foi representante de Bush nas Nações Unidas, tsar da inteligência norte-americana, e, finalmente, subsecretário de Estado. Tanto ele, como Otto Reich, por diversas vias, estiveram por trás do golpe em Honduras.A base de Soto Cano nesse país, sede da “Força Tarefa Conjunta Bravo”, pertencente às forças armadas dos Estados Unidos, é o ponto principal de apoio do golpe em Honduras.


Os Estados Unidos têm um tenebroso plano de criar mais cinco bases militares ao redor da Venezuela, com o pretexto de substituir a base de Manta, no Equador. A disparatada aventura golpista em Honduras criou uma situação, realmente, muito complicada na América Central, que não se resolve com enganos e mentiras.Cada dia se conhece novos detalhes da implicação dos Estados Unidos nessa ação, que terá graves repercussões em toda a América Latina.


A idéia de uma iniciativa de paz a partir da Costa Rica foi transmitida ao presidente deste país a partir do Departamento de Estado, quando Obama estava em Moscou e declarava, em uma universidade russa, que o único presidente de Honduras era Manuel Zelaya.Os golpistas estavam em apuros. A iniciativa transmitida à Costa Rica buscava salvá-los.


É óbvio que cada dia de atraso tem um custo para o presidente constitucional e tende a diluir o extraordinário apoio internacional que ele tem recebido. A manobra ianque não aumenta as chances de paz, muito pelo contrário, as diminui e o perigo da violência cresce, já que os povos de nossa América não se resignarão jamais ao destino que eles lhes têm programado.Com a reunião da Costa Rica se questiona a autoridade da ONU, da OEA e demais instituições que comprometeram seu apoio ao povo de Honduras.


Quando Micheletti, presidente de fato, declarou ontem que está disposto a renunciar a seu cargo se Zelaya renunciar, já sabia que o Departamento de Estado e os militares tinham acordado substituí-lo e enviá-lo de volta ao Congresso, como parte da manobra.A única coisa correta neste momento é demandar do governo dos EUA que cesse sua intervenção, deixe de prestar apoio militar aos golpistas e retire de Honduras sua Força Tarefa.


O que se pretende exigir do povo de Honduras, em nome da paz, é a negação de todos os princípios pelos quais lutaram todas as nações deste hemisfério. “O respeito aos direitos dos outros é a paz”.


Fidel Castro Ruz.16 de Julho de 2009

Fonte: Granma