quinta-feira, 5 de maio de 2016

ANTE SALA

Na ante sala, do dia de aniversário - O poeta do livro DE DENTRO DO TEMPO BLINDADO, me oferece este, sobre aquele que compus em agonia, a agonia das vésperas de minha bodas, sempre são perversas.


Faltam sete minutos, para o alvorecer dos 5.2 - E o pulso, ainda pulsa!!!!
Quase cinco dois
mas ainda há sete
minutos...
contra os sete
segundos
da hora que nasci
e acordei
Sylvio Neto


Bom lembrar certos momentos. Há um ano, o poeta Sylvio Neto publicou um desses seus textos fantásticos carregados de lirismo e desespero. Para amenizar a inquietação em que mergulhei, escrevi este poema, que Seu Feicebuqui hoje retorna.
Jorge Cardozo
De Liras?
a Sylvio Neto - sobre Delírios
Teus segredos
Jazem desvelados
Nas linhas tortas
De cada poema
Bate pronto
Bate estaca
Bate boca
Com o mundo
Que a cada dia
Desabita-se de justiça
Teus medos
Carregam as cores intensas
Do passado
Desfigurado
Pela memória falha
De alguém sem tempo
Para secar as lágrimas
(A cor do ouro das minas
Que cavastes
A cor do sangue na terra
Que deixastes
O negrume da noite preenchida
Com teu canto
Ou teus gemidos de prazer
O azul claro
Das manhãs de despedida
Todas as vezes em que morrias)
Teus desejos
Movem-se feito
Vampiros
Sombras sob sombras
Das quais se sabe apenas
O fluir breve
Ou nem isso
Um tremor
Um trago
Uma palavra fora da linha
Teus sonhos
Não cabem numa garrafa
Nenhuma lâmpada magica
Há de traze-los
Do paniedro
Donde se gera
A energia crua
Que alimenta
Tua lucidez
E tua loucura.
Jorge Cardozo
05.05.2015