segunda-feira, 15 de junho de 2009


TEMPO, TEMPO...TEMPO


Por mais que eu tente
Não consigo pegar partículas
Do tempo com a mão

É mesmo hilário
Ver-me aos saltitos a buscar
Microns, segundos e minutos
Que passam esvoaçantes por entre
A dança da vida
Pensar-me agachado aos cantos
Tentando isolar e guardar presos
A palma da mão milionésimos
Décimos...centésimos
É prestigiar a insana velocidade
Das imagens da vida a vagar

O polegar opositor
Rasga o vento do espaço
De meu tempo
E não trago preso nem um
Lapso de segundo
ou qualquer milionésimo
mícron de momento

Em contrapartida
Carrego em meu peito
de andar contra o vento
Um coração meu
Totalmente surrado pelo
Inflamável e inexorável tempo
De minha história
Tempo real dono de minha memória

E se confesso querer Aprisionar
um pentelhésimo momento
é porque sorri ela para mim
sem me dizer por quanto tempo

Tempo, tempo, tempo
De meu tempo
A escorrer por minha vida
Sem ao menos me guardar
O melhor mmento