segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A INCAPACIDADE DA FORÇA...A FORÇA DA VERDADE...A VERDADE DA DIÁSPORA DA VIOLÊNCIA


UM RIO PRA INGLÊS VER

Eleições em processo...O Brasil vivendo quase que intensamente (pelo menos as empresas que dão suporte as campanhas e os candidatos, cabos eleitorais e arregimentados para o trabalho de panfletagem) o processo de campanha...E é óbvio que neste momento as verdades do dia a dia brasileiro que nunca são a verdade romana, veritas, o que é, sofrem maquiagens mil quando são tratadas e comentadas por comensais do governo Sérgio Cabral e/ou por alguns jornalistas e analistas da grande mídia.

E eu não estou nem comentando os programas da propaganda eleitoral.

Há algumas semanas atrás, escrevi um texto baseado nas imagens exibidas pela rede Record de TV em que policiais lotados na UPP de uma comunidade da Zona Sul do Rio de Janeiro – não postei o texto por dois motivos: não consegui achar com certeza em qual comunidade aconteceram os fatos e também porque não consegui capturar as imagens na rede – agiam de forma absolutamente contrária à propaganda que se faz pela cúpula da Segurança Pública carioca. Em uma das cenas aparece um policial temido pela comunidade agredindo verbalmente e ameaçando uma senhora que se queixava da forma com que ele tratara seu filho, um trabalhador, comerciante local, que havia sido baleado por ele, no que ele respondeu: - que pena que o tiro só pegou no braço, eu devia ter dado na cabeça dele...Outra cena com igual teor de agressividade e coerção psicológica foi, exibido nesta mesma matéria.

Durante a mesma semana em que tais fatos foram exibidos em rede nacional, vários pontos da Baixada Fluminense e eu quero destacar Belford Roxo, porque é meu habitat foram severamente castigados por bondes que atacaram de forma cinematográfica diversos carros, transeuntes e até uma igreja evangélica.
Numa das ações, um traficante reconhecidamente perigoso e com base na comunidade da Mangueirinha, localizada em Duque de Caxias, executou friamente com 17 tiros um jovem recém formado e incorporado no Corpo de Bombeiros. Na ação, tamanha foi sua sede em assassinar barbaramente o jovem bombeiro que abandonou o casal que levava seqüestrado no veículo que ocupava, dando assim, oportunidade de fuga ao casal em questão.

Tais bondes, que há semanas, vem cometendo crimes diversos na Baixada Fluminense, quer seja, na rodovia Washington Luiz, na Presidente Dutra ou em ruas do interior dos Municípios que formam a enorme depressão relativa que é a Baixada Fluminense ou em suas espinhas dorsais, são clara e naturalmente uma resposta da bandidagem, ao desemprego a que foram acometidos, por conta das ocupações de suas comunidades de origem na Zona Sul e Tijuca.

Não há entre traficantes de um mesmo “Comando ou Facção”, reserva de mercado. E nem existe também, a egoísta, antidemocrática e monopolista Corporação de Ofício, e portanto, e por isso, os traficantes podem passar a assaltantes e ainda praticar crimes nas áreas dominadas por outros traficantes e assaltantes, desde que sejam da mesma facção, sem criar nenhum problema. Na verdade, são por eles ajudados, posto que não conhecem a região e locais ideais para praticarem tais delitos.

A ação cinematográfica da qual falei em parágrafo anterior se dá, da seguinte forma: cinco carros ocupados por cinco meliantes cada, todos (inclusive o motorista), armados de fuzil e ainda vários motoqueiros com garupas, fazem o cortejo denominado “Bonde”. Um dos carros dá um cavalo de pau cercando uma ponta da avenida (uma delas foi a José Mariano dos Passos, bem no centro de Belford Roxo, a poucos metros da Câmara Municipal) e outro dá em outro ponto. Cercado o perímetro, chegam as motos e fazem a coleta sob a guarda dos ocupantes dos veículos.

Esta ação se repetiu por dois finais de semana seguidos -.É bem verdade que durante o penúltimo e o último fim de sema não ouvi murmúrios sobre tais ações, o que não significa que não tenha havido - Mas não ouve absolutamente nenhuma repercussão na imprensa. Nenhuma imagem até o momento apareceu na tv e ninguém foi preso.

Aqui, é um pedaço da Baixada Fluminense, não é a Zona Sul...Mas o engraçado é que somos juntos (todos os Municípios) um dos maiores colégios eleitorais do Rio de Janeiro...Esta Baixada, esta Belford Roxo, também somou na força que elegeu o Sérgio Cabral ao governo do Estado do Rio de Janeiro.

A migração dos traficantes evadidos das Comunidades ocupadas pelas UPP´s existe, sim...E por aqui existem comunidades dominadas pelo Comando Vermelho e pelo Terceiro Comando...Existe, casa e emprego...Existe mercado de trabalho, clientela e capital.

Quando o Pimentel, ex-capitão do BOPE e hoje, comentarista da Rede Globo, diz que a criminalidade baixou em todo o Estado, após as ocupações e que não há migração da criminalidade, ele decerto está mentindo em favor da cúpula da Segurança Pública e por conseqüência em prol do governador e de sua própria imagem.

Para onde foram e o que fazem então os traficantes?

Viajaram para outros Estados ou Países?

Será que conseguiram emprego em obras do PAC?

Fala Sério...

A ação, da polícia, tão bem defendida pelo próprio Pimentel, por alguns apresentadores de tv e por autoridades pertencentes ao governo do Estado do Rio de Janeiro, principalmente as ligadas a Segurança Pública, nas ações de sábado passado, quando quase uma centena de traficantes saiu de um baile funk no Vidigal e seguiam em “bonde” a Rocinha, foi catastrófica...Eles sabem disso.

Como pode uma meia dúzia de policiais - que tiveram a informação privilegiada da descida do bonde – tentar deter o montante que se divulga de bandidos fortemente armados e motorizados?

A realidade é que a ação possível seria a de pedir reforços. Pelo menos o BOPE em grande efetivo, junto a outro batalhão que os ajudasse a fazer um cinturão que causasse a ação de desistência do deslocamento do grupo. Esta ação seria preventiva, não causaria os danos que a ação havida causou a imagem do Rio e a administração do Hotel invadido.

Ao que parece ao sonegar a informação, a cúpula da Segurança Pública, o grupo de policiais ou tentou o heroísmo ou tinha intenções escusas ou não teve a informação com a verdadeira posição com que ela se apresentou.

Agiu, não prevaricou...Mas entornou um caldo grosso e quente bem no colo do governador que tenta se reeleger...Imagino o que tem rolado nos bastidores do poder...No momento, quase com toda certeza, não devem rolar cabeças para não dar o braço a torcer...”A policia agiu corretamente é o que afirmam”...No futuro veremos...A ação no momento para dar satisfações à população, para alimentar a fome de notícias da mídia nacional e internacional é de retaliação...Como se isso fosse resolver o problema.

Ao alocar uma UPP na Rocinha, para onde irão os traficantes e suas armas e coragem?
“A Baixada os espera, devem comentar, os excelentes estrategos da polícia”

Pergunto: UPP é a solução? E se for, o que está sendo feito para conter a evasão dos marginais para a Baixada Fluminense, Zona Norte, Região Serrana e outras localidades? O baile de debutantes com moçoilas das Comunidades e outras marolas que são Hans-Christian-Endersenmente, desenvolvidas pela polícia conseguem abafar a tristeza e revolta daqueles que são destratados e passam a conviver livres do tráfico ou das milícias com o ódio de bandidos fardados ou de bons profissionais mal pagos e assustados?