Soul morador da Baixada Fluminense, B. Roxo/RJ, tenho quarenta e cinco anos, soul educador, poeta e uma mistura de produtor/agitador cultural com mestre de cerimônias/mediador de palco de eventos que em minha história passaram pelo poder público, privado e universo underground.
Soul o criador e um dos coordenadores/curadores do Projeto Sarau Poesia Na Varanda...Um Sarau, que incluiu a poesia de Belford Roxo no cenário de poesia da Metrópole Rio de Janeiro...
Faço ainda parte do colegiado que faz a curadoria do Projeto Cinema com Batuque, realizado a várias mãos e com suporte do SESC/S. J. de Meriti, projeto que reúne diversas expressões e matizes artisticas: musica, cinema, teatro, poesia, literatura, artes plásticas, grafitte, esporte, dança...
Atualmente além das intervenções poéticas que faço em eventos onde soul convidado, estou empenhado na realização de um projeto que visa a minha inserção na chamada Bloggosfera , com a criação de três Bloggs. Dois deles já estão no ar:
1) POESIA E PROSA (http://sylvionetopoesiaeprosa.spaces.live.com)
2) BLOGG DO SYLVIO NETO/CHOPPINHO DIGITAL (http://bloggdosylvioneto.blogspot.com)
* Soul: minha grafia para sou
O QUE CRIA A FÉ NO MILAGRE É A IDEIA DE QUE DEVE HAVER UM MILAGRE
Não sei se existe, uma terminologia especial, para designar,
um “Milagre Ao Contrário” – seria, maldição? – o que é fato é que cada vez
mais, menos acredito em milagres, principalmente quando estamos na seara do, “Dê
A César O Que É De César”
O que estamos a assistir no Brasil, poderia ser considerado,
um grande milagre: que é o engajamento de vários segmentos da sociedade, de
várias faixas etárias, de várias tribos de etnias e preferências sexuais
plurais e de vários pontos da curva econômica, numa luta comum a todo cidadão
brasileiro, a exigência de respeito...
Eu, acredito muito é na necessidade do milagre, vibe, que me
apossei quando das leituras, sobre Lucién Febvre, Bloch e Charles Broundell,
criadores da Escola dos Annales: "O que criava a
fé no milagre era a ideia de que deveria haver um milagre"....Aqui
especificamente tratando da crença do povo, de que os reis, com um toque lhes
curaria da “escrófula” ou “mal dos reis’...
O povo acordou, e isso é um milagre - diante da recente
história e processo de desmonte da educação brasileira e dos diversos sacrifícios
a que foi exposto o povo . As recentes
expectativas de especialistas, de leigos, de apaixonados e de simples e mortais
cidadãos de que se conseguiria mudar o rumo da história recente brasileira e
acabar com os desmandos, com a corrupção, com a falta de melhores condições de
saúde, educação e cultura, com a falta de critérios sérios, na escolha da presidência
e mesas diretoras dos vários Conselhos, que habitam o Congresso Nacional,
superfaturamento de obras e blá, blá, blá...
Aportados à rua, fazendo-a, explodir em movimento
reivindicatório, surge-nos, o milagre ao contrário ou a maldição de um golpe,
instalado e linkado como um verme, uma bactéria, um vírus no cerne do
movimento.
E por que, surge-nos esta ideia, por que? - Talvez porque,
não se queira ou aceite, o envolvimento e a condução do mesmo por bandeiras ou
partidos políticos – Talvez porque, fica difícil, entender a violência que se
bate de encontro com a tentativa de fazer um movimento pacífico e talvez ainda,
porque movimento pacífico cheira a cartilha do “Como Iniciar Uma Revolução” e
fede a festinha feita na Bósnia, Zimbábue, Estônia, Mianmar ,Tunísia e Egito...
A revolução, começa na desobediência civil, posto que, não
se pode combater com o Estado, sem armas na mão: pau e pedra não irrompem o
portal da truculência do aparato armado do Estado, e quem ensina é o próprio Gene
Sharp, indicado várias vezes ao Nobel da Paz, este solene e sóbrio senhor americano,
professor de Ciências Políticas, da Universidade de Massachusets Dartmouth e
criador do “Styagraha Norms” e de um extenso trabalho sobre “luta não violenta”
que desagua no documentário, “Como Iniciar Uma revolução Sem Violência”, que
conta com inúmeros conceitos sugados da moringa de ninguém menos que, Mohandas
Karamchand Gandhi.
E então, por tais nóias generalizadas, que se insurgem das páginas de
blogs, jornais e revistas, das bocas de Carlos Vereza e Paulo Henrique Amorins
e Paulo Célios, da vida, devemos volver à casa, quietos e calados e
contentar-nos com os 0,20 (vinte centavos), mas é claro que não...Mas vigiar e
vigiar, não será demais. E parece-me que o fora Dilma é, imperfeito e deve ser
patrulhado, fora Dilma o cacete, fora partidos, o escambau, fim do Congresso
Nacional, tá maluco, as palavras de ordem devem ser outras e o fora Dilma, quem
sabe no próximo pleito?
A maldição, do golpe nos ronda – sempre e sempre nos rondou,
afinal não somos uma sociedade que vive ainda as heranças da colonização? –
Nossos vizinhos mais próximos, também não tem este estigma? - Nossa América
Latina, liberta e livre, rica e potente – Incomoda muita gente...O PT, ainda
que, hoje, esfacelado em praça pública, teve papel preponderante na condução
vagarosa e lenta, pra uma Nação, melhor – E este fato deve fazer estufar as
bolas dos norte americanos...E um amigo maldiz: Sylvio, tem dedo de judeu americano nisso...
E então, eu repito a frase com alguma adaptação: "O que cria a fé no milagre é a ideia de que deve
haver um milagre".
Mês passado, minha irmã, veio de São Paulo, após uma
palestra com o príncipe imperial do Brasil, Don Bertrand Maria José Pio
Januário Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Órleans e Bragança e Wittelsbach ou
simplesmente, príncipe D. Bertrand, além de sua amiga de FB, cheia de ideias estranhas
e com um papo sinistro, sobre uma intervenção mundial, que caracterizaria uma “Nova
Ordem Mundial”, sob o poder e comando do “Iluminatis” e que – e eu arregalei os
olhos aos discursos dela – haveria um golpe no Brasil e que este golpe seria
orquestrado pelos “Iluminatis”, que inclusive conta com apoio – os tais
baderneiros – dos mercenários norte americanos da BlackWater...Coincidência?...
(prestem atenção ao cara fortão de branco...seria um
blackwater?)
E então nos surge, célere neste junho sem frio, o “milagre”
do despertar nacional, que com sucesso e rápido, consegue ver cumpridas a s
suas exigências, e que segue com uma “maldição”
, que se pode ver nos papos de FB, nas teorias de conspiração e golpe, e ainda, nos desencontros, entre a sociedade civil organizada
em passeata e as autoridades – que nos joga em cima os cães ferozes a seu
serviço – Polícia Militar...
Estas correntes, que publicam nas redes sociais e ainda nos vários
sítios desta imensa rede de computadores, as teorias de conspiração – parecem valer-se
dos métodos dos historiadores do Annales, que se permitiram fazer o estudo da História,
de baixo pra cima e ainda deixando, que lhes permeassem, os aspectos subjetivos
e psicológicos que envolviam as questões, além é claro de insurgirem-se contra
o tradicional, contrapondo e peneirando tudo com o “método comparativo”, assim,
o que vemos absurdamente fragmentado na mídias e nas ruas seria, interpretado,
como sendo “as ilusões coletivas”...Eu que revivo, aqui, neste texto, uma
ilusão coletiva que pende entre o milagre e a maldição, também ouso fazer a comparação, com os Países, já
citados acima: Bósnia, Zimbábue, Estônia, Mianmar ,Tunísia e
Egito...
Nada, nada e nada neste texto é uma afirmação concreta, pois
que é, ele, um texto leigo: um Dossiê Papagaio, feito por um poeta e sem as
luzes de Hollywood...
SOMOS OS
MANIFESTANTES OU PEÇAS DE UM JOGO DE XADREZ – AO ESTILO DE GENE SHARP?
As autoridades, municipais e estaduais brasileiras,
onde o movimento pela revogação do aumento das passagens, liderados pelo
MPL(Movimento Passe Livre), demonstrou
força, coesão e organização, apostaram na revogação da ação de aumento, para
esvaziar assim o movimento, via retirada do pesado MPL...
Acontece que, a ação das
autoridades veio tardiamente – e o movimento foi engrossado pela população
imberbe e adolescente, jovem, adulta e até idosa – a violência e a truculenta
do aparato de segurança pública foi quem fez o convite...
Assim, as passeatas foram
engrossadas e novas exigências passaram a ser colocadas como extensão das
iniciais – e não foi nada feito tal qual poema de Elisa Lucinda – Só de
Sacanagem – não, a rua e a insônia da população, que dormira até então passaram,
a editar a pauta de ações em prol da criação de uma nova sociedade
brasileira...
Mas, a porrada está comendo e a
repressão é irreconciliável com a necessidade popular de estar à rua com suas
exigências e palavras de ordem...É incrível as cenas em que a polícia/RJ, chega
com o caveirão, tropa de choque e o BOPE para reprimir as manifestações: e o
pior, ontem os meios de comunicação, avisavam: cidadãos, evitem estar na rua e
principalmente no Centro, da Cidade do Rio de Janeiro, pois haverá uma limpeza
realizada pelo BOPE – Isso tem nome, e é TOQUE DE RECOLHER...
A Rede Globo como sempre, sai na
frente já campeã das edições e interpretações subjetivas de um movimento
legitimo, transformando-o, em fora da
Lei, radical, violento e perdido – Com suas imagens feitas de helicóptero, pois
que no chão, o povo não lhes dá vez com seus gritos de: "O Povo Não è Bobo,
Abaixo a Rede Globo..."
Alguns amigos brincando sério no
FB, comentaram, só falta agora a Globo reprisar Anos Rebeldes, sem saber, que a
série esta realmente a ser reprisada – e
mais, a rege globo, em seu canal pago GNT, na sexta passada, tratou da obra de
Gene Sharp, exibindo o documentário – “Como
Fazer Uma Revolução Sem Violência”- coincidências?...Pode até ser...
Esta emissora, dedicou, ontem,
dia 20 de Junho, toda a sua grade a transmissão e interpretação pessoal, do
movimento em todo o País, ou seja, atropelou tudo, inclusive o que as mantém no
ar, os anunciantes...Por que? E a que custo?
Bem, aqui já tem início a minha paranoia,
de que existe algo de podre na gira das manifestações, a bem da verdade nunca
fui alguém muito esperto e inteligente a ponto de conseguir ver além do que se
pode ver – não tenho experiência de militante político e nem experiência em
participações em comícios, passeatas e manifestações, por tal, chamo minhas
pequenas observações de paranoia – Algo parecido com o filme O Dossiê Pelicano,
pode acontecer?...Sei lá...
Arruinado, sua vida escorria junto a sangueira que se esvaía
do corpo, caído, à seu lado...
Engraçado, não foi
tão difícil executar esta ação, quanto
está sendo ir embora e deixar, aqui, só, o corpo de meu amor...
Seu pranto, não refletia, em nem um mínimo o que se sucedia
em seu peito e, seu peito ainda não sabia chorar, o que ali acontecera...E
será, que ainda conseguiria algum dia reconhecer-se, coração, seu coração
chumbado ao peito?...
Arrastou-se para longe daquela cena, carregando-a na
memória, unha e carne, corpo e sombra foram-se embora...
Estava tão linda, seus cabelos tão cheirosos ainda perfumam
minhas mãos sujas: que descanse em paz, enquanto eu rumino meus dias...
Nada é fácil, nada é difícil e nem tudo é impossível...O
possível se traduz além e atrás da vontade, por vezes...por vezes apenas...
Eu acho que sei...É a raiva, que chega
com uma super demanda reprimida...Uma raiva legítima...acumulada, socada,
macerada...E a transubstanciação, dessa raiva, em ação politico reivindicatória
comportada, vai demandar tempo...Ah! se vai...A tal, falta de educação, que
surge agregada a raiva, a tal balburdia que vem agregada a falta de educação, a
tal violência contra o patrimônio público - e ainda contra o patrimônio
histórico, que explode, agregada, a falta de educação, estão nas inúmeras ações
do Sérgio Cabral por exemplo, estão ainda nas diversas e várias ações do Paes
por exemplo...Estão na arrogância, que volta pra trás, da Rede Globo, do
Arnaldo Jabour e de praticamente toda mídia que muda estranhamente de discurso
e de visão...
A destruição do patrimônio pessoal de muita
gente, logo na assunção, por vingança, disfarçada em "choque de
ordem", foi a raiva do Paes...Explicitada, exposta e posta em postas à
mesa do poder...
A conversa entre Lula e Sergio Cabral, durante
inauguração do Complexo Esportivo de Manguinhos, em 2009, interrompida por um
garoto, morador da "comunidade", que é literalmente ridicularizado e
xingado...Explicita a raiva, a falta de amor, educação e respeito de Cabral,
esta ação visceral de arrogância é pura raiva... (inclua aqui a raiva de Lula e
de Pezão, que estavam presentes e participam da chacota...)
http://www.youtube.com/watch?v=f4oYY2ceiOU
Meus poemas, são o meu mais terno e intimo
suspiro apaixonado de pura raiva...Algumas de minhas palavras, escritas aqui,
quando provocado por declarações, entrevistas e ações ou respostas de artistas
ou autoridades na mídia ou em meu dia a dia, da minha Belford Roxo...São a mais
pura raiva - que reprimidas pela educação escolástica, pela tal
intelectualidade, saltam deseducadas, do coração para a tela desse mundão
web...
Raiva, raiva, raiva - estamos todos com
raiva...A pior delas, a mais vil e que não deve ser entendida ou respeitada é a
que vem das autoridades...
E a pior modalidade dessa raiva oficial é, a
geração de raiva no cidadão, que na maior parte das vezes é, subjugado e
exilado desse título, o maior que um pagador de impostos e indivíduo autóctone
de um País, Cidade ou Bairro merece: o título respeitoso, de Cidadão...
A segunda pior, seria a negação da
possibilidade do acesso à educação, esta sim...Gera a pior das raivas, posto
que sem educação não há como reconhecer-se cidadão, não há como exigir, lutar
por e/ou conquista-lo...Raiva...Raiva, Raiva...