sábado, 22 de junho de 2013

POSSO E NÃO POSSO

Se quero sair daqui e correr
pelas ruas da cidade
se quero sentir e sonhar
que ainda não é tarde...

Posso...
E não posso...

... E ainda que insista
Por respeito a minha idade
Posso tropeçar em porrada
E cair em bomba e fumaça

E ainda que me aquiete
Para não me perder pela idade
Não posso, não ser ou ser nunca
E pular na corcunda de meu filho
Em nome da justiça e paz

Posso ...
E não posso...

POSSO?

EU SEMPRE SOUBE

 

As ruas mentem sem minha ajuda
É um vício, da necessidade de ser
É uma vocação, herança colonial
É um surto, soprado por políticos
E eu sei e sempre soube que não presto


Escorrem pelos lábios, a raiva e a ira
Daqueles que sucumbem, às provas
Da lida diária, com o desmedido
E eu como neste prato, faminto!!!
 
E eu sei e sempre soube que amo demais
Não sei mais viver onde vivo – e como vivo
E nem sei mais como viver – em quaisquer
Círculo, coração e egrégora – ou em mim
E eu sempre  soube que seria assim...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O DOSSIÊ PAPAGAIO

O QUE CRIA A FÉ NO MILAGRE É A IDEIA DE QUE DEVE HAVER UM MILAGRE
 
Não sei se existe, uma terminologia especial, para designar, um “Milagre Ao Contrário” – seria, maldição? – o que é fato é que cada vez mais, menos acredito em milagres, principalmente quando estamos na seara do, “Dê A César O Que É De César”

O que estamos a assistir no Brasil, poderia ser considerado, um grande milagre: que é o engajamento de vários segmentos da sociedade, de várias faixas etárias, de várias tribos de etnias e preferências sexuais plurais e de vários pontos da curva econômica, numa luta comum a todo cidadão brasileiro, a exigência de respeito...
Eu, acredito muito é na necessidade do milagre, vibe, que me apossei quando das leituras, sobre Lucién Febvre, Bloch e Charles Broundell, criadores da Escola dos Annales: "O que criava a fé no milagre era a ideia de que deveria haver um milagre"....Aqui especificamente tratando da crença do povo, de que os reis, com um toque lhes curaria da “escrófula” ou “mal dos reis’...
O povo acordou, e isso é um milagre - diante da recente história e processo de desmonte da educação brasileira e dos diversos sacrifícios  a que foi exposto o povo . As recentes expectativas de especialistas, de leigos, de apaixonados e de simples e mortais cidadãos de que se conseguiria mudar o rumo da história recente brasileira e acabar com os desmandos, com a corrupção, com a falta de melhores condições de saúde, educação e cultura, com a falta de critérios sérios, na escolha da presidência e mesas diretoras dos vários Conselhos, que habitam o Congresso Nacional, superfaturamento de obras e blá, blá, blá...
Aportados à rua, fazendo-a, explodir em movimento reivindicatório, surge-nos, o milagre ao contrário ou a maldição de um golpe, instalado e linkado como um verme, uma bactéria, um vírus no cerne do movimento.
E por que, surge-nos esta ideia, por que? - Talvez porque, não se queira ou aceite, o envolvimento e a condução do mesmo por bandeiras ou partidos políticos – Talvez porque, fica difícil, entender a violência que se bate de encontro com a tentativa de fazer um movimento pacífico e talvez ainda, porque movimento pacífico cheira a cartilha do “Como Iniciar Uma Revolução” e fede a festinha feita na Bósnia, Zimbábue, Estônia, Mianmar ,Tunísia e Egito...  
A revolução, começa na desobediência civil, posto que, não se pode combater com o Estado, sem armas na mão: pau e pedra não irrompem o portal da truculência do aparato armado do Estado, e quem ensina é o próprio Gene Sharp, indicado várias vezes ao Nobel da Paz,  este solene e sóbrio senhor americano, professor de Ciências Políticas, da Universidade de Massachusets Dartmouth e criador do “Styagraha Norms” e de um extenso trabalho sobre “luta não violenta” que desagua no documentário, “Como Iniciar Uma revolução Sem Violência”, que conta com inúmeros conceitos sugados da moringa de ninguém menos que, Mohandas Karamchand Gandhi.
E então, por tais nóias  generalizadas, que se insurgem das páginas de blogs, jornais e revistas, das bocas de Carlos Vereza e Paulo Henrique Amorins e Paulo Célios, da vida, devemos volver à casa, quietos e calados e contentar-nos com os 0,20 (vinte centavos), mas é claro que não...Mas vigiar e vigiar, não será demais. E parece-me que o fora Dilma é, imperfeito e deve ser patrulhado, fora Dilma o cacete, fora partidos, o escambau, fim do Congresso Nacional, tá maluco, as palavras de ordem devem ser outras e o fora Dilma, quem sabe no próximo pleito?    
 
A maldição, do golpe nos ronda – sempre e sempre nos rondou, afinal não somos uma sociedade que vive ainda as heranças da colonização? – Nossos vizinhos mais próximos, também não tem este estigma? - Nossa América Latina, liberta e livre, rica e potente – Incomoda muita gente...O PT, ainda que, hoje, esfacelado em praça pública, teve papel preponderante na condução vagarosa e lenta, pra uma Nação, melhor – E este fato deve fazer estufar as bolas dos norte americanos...E um amigo maldiz:  Sylvio, tem dedo de judeu americano nisso...
E então, eu repito a frase com alguma adaptação: "O que cria a fé no milagre é a ideia de que deve haver um milagre".
Mês passado, minha irmã, veio de São Paulo, após uma palestra com o príncipe imperial do Brasil, Don Bertrand Maria José Pio Januário Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Órleans e Bragança e Wittelsbach ou simplesmente, príncipe D. Bertrand, além de sua amiga de FB, cheia de ideias estranhas e com um papo sinistro, sobre uma intervenção mundial, que caracterizaria uma “Nova Ordem Mundial”, sob o poder e comando do “Iluminatis” e que – e eu arregalei os olhos aos discursos dela – haveria um golpe no Brasil e que este golpe seria orquestrado pelos “Iluminatis”, que inclusive conta com apoio – os tais baderneiros – dos mercenários norte americanos da BlackWater...Coincidência?...
 
(prestem atenção ao cara fortão de branco...seria um blackwater?)

E então nos surge, célere neste junho sem frio, o “milagre” do despertar nacional, que com sucesso e rápido, consegue ver cumpridas a s suas exigências, e que segue com uma  “maldição” , que se pode ver nos papos de FB, nas teorias de conspiração e golpe,  e ainda,  nos desencontros, entre a sociedade civil organizada em passeata e as autoridades – que nos joga em cima os cães ferozes a seu serviço – Polícia Militar...

 

Estas correntes, que publicam nas redes sociais e ainda nos vários sítios desta imensa rede de computadores, as teorias de conspiração – parecem valer-se dos métodos dos historiadores do Annales, que se permitiram fazer o estudo da História, de baixo pra cima e ainda deixando, que lhes permeassem, os aspectos subjetivos e psicológicos que envolviam as questões, além é claro de insurgirem-se contra o tradicional, contrapondo e peneirando tudo com o “método comparativo”, assim, o que vemos absurdamente fragmentado na mídias e nas ruas seria, interpretado, como sendo “as ilusões coletivas”...Eu que revivo, aqui, neste texto, uma ilusão coletiva que pende entre o milagre e a maldição, também  ouso fazer a comparação, com os Países, já citados acima:   Bósnia, Zimbábue, Estônia, Mianmar ,Tunísia e Egito...  

Nada, nada e nada neste texto é uma afirmação concreta, pois que é, ele, um texto leigo: um Dossiê Papagaio, feito por um poeta e sem as luzes de Hollywood...

SOMOS OS MANIFESTANTES OU PEÇAS DE UM JOGO DE XADREZ – AO ESTILO DE GENE SHARP?


SOMOS OS MANIFESTANTES OU PEÇAS DE UM JOGO DE XADREZ – AO ESTILO DE GENE SHARP?

As autoridades, municipais e estaduais brasileiras, onde o movimento pela revogação do aumento das passagens, liderados pelo MPL  (Movimento Passe Livre), demonstrou força, coesão e organização, apostaram na revogação da ação de aumento, para esvaziar assim o movimento, via retirada do pesado MPL...

Acontece que, a ação das autoridades veio tardiamente – e o movimento foi engrossado pela população imberbe e adolescente, jovem, adulta e até idosa – a violência e a truculenta do aparato de segurança pública foi quem fez o convite...

Assim, as passeatas foram engrossadas e novas exigências passaram a ser colocadas como extensão das iniciais – e não foi nada feito tal qual poema de Elisa Lucinda – Só de Sacanagem – não, a rua e a insônia da população, que dormira até então passaram, a editar a pauta de ações em prol da criação de uma nova sociedade brasileira...



Mas, a porrada está comendo e a repressão é irreconciliável com a necessidade popular de estar à rua com suas exigências e palavras de ordem...É incrível as cenas em que a polícia/RJ, chega com o caveirão, tropa de choque e o BOPE para reprimir as manifestações: e o pior, ontem os meios de comunicação, avisavam: cidadãos, evitem estar na rua e principalmente no Centro, da Cidade do Rio de Janeiro, pois haverá uma limpeza realizada pelo BOPE – Isso tem nome, e é TOQUE DE RECOLHER...


A Rede Globo como sempre, sai na frente já campeã das edições e interpretações subjetivas de um movimento legitimo, transformando-o,  em fora da Lei, radical, violento e perdido – Com suas imagens feitas de helicóptero, pois que no chão, o povo não lhes dá vez com seus gritos de: "O Povo Não è Bobo, Abaixo a Rede Globo..."
 
Alguns amigos brincando sério no FB, comentaram, só falta agora a Globo reprisar Anos Rebeldes, sem saber, que a série esta realmente a ser reprisada  – e mais, a rege globo, em seu canal pago GNT, na sexta passada, tratou da obra de Gene Sharp, exibindo o documentário  – “Como Fazer Uma Revolução Sem Violência”- coincidências?...Pode até ser...

Esta emissora, dedicou, ontem, dia 20 de Junho, toda a sua grade a transmissão e interpretação pessoal, do movimento em todo o País, ou seja, atropelou tudo, inclusive o que as mantém no ar, os anunciantes...Por que? E a que custo?

Bem, aqui já tem início a minha paranoia, de que existe algo de podre na gira das manifestações, a bem da verdade nunca fui alguém muito esperto e inteligente a ponto de conseguir ver além do que se pode ver – não tenho experiência de militante político e nem experiência em participações em comícios, passeatas e manifestações, por tal, chamo minhas pequenas observações de paranoia – Algo parecido com o filme O Dossiê Pelicano, pode acontecer?...Sei lá...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

ARRUINADO




ARRUINADO


Arruinado, sua vida escorria junto a sangueira que se esvaía do corpo, caído, à seu lado...

 Engraçado, não foi tão difícil executar esta ação,  quanto está sendo ir embora e deixar, aqui, só, o corpo de meu amor...

Seu pranto, não refletia, em nem um mínimo o que se sucedia em seu peito e, seu peito ainda não sabia chorar, o que ali acontecera...E será, que ainda conseguiria algum dia reconhecer-se, coração, seu coração chumbado ao peito?...

Arrastou-se para longe daquela cena, carregando-a na memória, unha e carne, corpo e sombra foram-se embora...

Estava tão linda, seus cabelos tão cheirosos ainda perfumam minhas mãos sujas: que descanse em paz, enquanto eu rumino meus dias...

Nada é fácil, nada é difícil e nem tudo é impossível...O possível se traduz além e atrás da vontade, por vezes...por vezes apenas...


terça-feira, 18 de junho de 2013

RAIVA NAS RUAS


RAIVA NAS RUAS 

Eu acho que sei...É a raiva, que chega com uma super demanda reprimida...Uma raiva legítima...acumulada, socada, macerada...E a transubstanciação, dessa raiva, em ação politico reivindicatória comportada, vai demandar tempo...Ah! se vai...A tal, falta de educação, que surge agregada a raiva, a tal balburdia que vem agregada a falta de educação, a tal violência contra o patrimônio público - e ainda contra o patrimônio histórico, que explode, agregada, a falta de educação, estão nas inúmeras ações do Sérgio Cabral por exemplo, estão ainda nas diversas e várias ações do Paes por exemplo...Estão na arrogância, que volta pra trás, da Rede Globo, do Arnaldo Jabour e de praticamente toda mídia que muda estranhamente de discurso e de visão...

 A destruição do patrimônio pessoal de muita gente, logo na assunção, por vingança, disfarçada em "choque de ordem", foi a raiva do Paes...Explicitada, exposta e posta em postas à mesa do poder...

 A conversa entre Lula e Sergio Cabral, durante inauguração do Complexo Esportivo de Manguinhos, em 2009, interrompida por um garoto, morador da "comunidade", que é literalmente ridicularizado e xingado...Explicita a raiva, a falta de amor, educação e respeito de Cabral, esta ação visceral de arrogância é pura raiva... (inclua aqui a raiva de Lula e de Pezão, que estavam presentes e participam da chacota...)

http://www.youtube.com/watch?v=f4oYY2ceiOU

 Meus poemas, são o meu mais terno e intimo suspiro apaixonado de pura raiva...Algumas de minhas palavras, escritas aqui, quando provocado por declarações, entrevistas e ações ou respostas de artistas ou autoridades na mídia ou em meu dia a dia, da minha Belford Roxo...São a mais pura raiva - que reprimidas pela educação escolástica, pela tal intelectualidade, saltam deseducadas, do coração para a tela desse mundão web...

 Raiva, raiva, raiva - estamos todos com raiva...A pior delas, a mais vil e que não deve ser entendida ou respeitada é a que vem das autoridades...

 E a pior modalidade dessa raiva oficial é, a geração de raiva no cidadão, que na maior parte das vezes é, subjugado e exilado desse título, o maior que um pagador de impostos e indivíduo autóctone de um País, Cidade ou Bairro merece: o título respeitoso, de Cidadão...

 A segunda pior, seria a negação da possibilidade do acesso à educação, esta sim...Gera a pior das raivas, posto que sem educação não há como reconhecer-se cidadão, não há como exigir, lutar por e/ou conquista-lo...Raiva...Raiva, Raiva...

quarta-feira, 20 de março de 2013

MAIS UM BRECHÓ NO CAMINHO DAS PEDRAS


Muito do amor que trago no peito, não é sabido ou compreendido por meu povo – considero meu povo aquele que sigo e que a mim segue por conta dos interesses comuns e dos laços pares que nos prende – Assim, talvez por conta do muito e do pouco que soul, o prazer que sinto por viver neste meu Bairro  de Areia Branca e nesta minha Cidade de Belford Roxo – muito embora os sentimentos de universalização, me acometam e me matem de uma saudade diferente, aquela pelo que ainda não vi e conheci, uma saudade pelo que não aconteceu - passem batido...

A capacidade que nós tivemos para reconstruir a nossa identidade, que forjada em mentira e falsidade, foi enfim redefinida com uma nova identidade social e autoestima, uma quebra do maldito estigma anterior, que nos surgiu através da arte e da cultura, lugar incomum e indiretamente proporcional ao que recebemos do poder público local – favor ler e prestigiar a obra do amigo de composições e música, o Mestre em Ciências Sociais André Leite – precisa ser, melhor compreendida e relatada.

Se na Memória Social, repousa uma ação que surge da coragem de enfrentar o desconhecido e o subjetivo, posto que no desconhecido estão, o universo violento das práticas marginais e no subjetivo, está o poder empreendedor e criador de uma matéria não palpável e previsível que é a arte, na Memória Histórico-Antropológica, estão os registros pictóricos, arqueológicos, econômicos e, genéticos, pois que, somos o que sobrevive da extinção massacre aos nativos, primeiros e originais seres desta região – os índios jacutingas, e somos ainda remanescentes dos negros escravos, trazidos de África, também conhecidos por jacutingas – A hidra de iguassú, em referência a hidra de Lerna, pelo caráter quase indestrutível e imbatível daqueles negros quilombolas – favor consultar e prestigiar a obra do Phd em História, o meu amigo e mestre, Dr. Nielson Bezerra, um morador de Belford Roxo, que vive entre a Vila Paulina e Quebeq no Canadá, que vive entre as estradas ruins da Joaquim da Costa Lima e os belos palácios e museus de Paris ou às velhas e dolorosas histórias de New Orleans, que vive entre os niticiários nada bons sobre a Baixada Fluminense e o mofo dos livros em que mergulha em seu incansável trabalho de pesquisa.

Areia Branca, bairro de Belford Roxo, tanto quanto outros bairros foi passagem de riquezas que vinham de muitos lugares, a caminho do embarque para a Metrópole, que estava na Europa, via rio Sarapuhy, a economia deste local quer seja a produzida nos mocambos e quilombos ou a produzida pelos invasores e dominadores europeus era grande – favor reconhecer e prestigiar a obra do já citado historiador o Dr. Nielson.

Por tal passado é, justo que tenhamos um presente melhor, com vistas a um futuro econômico-social, mais e mais promissor. Mas, infelizmente, a forma como é explorado o comércio neste Bairro, não nos permite vislumbrar um futuro ao menos parecido com o atual presente, dos bairros circunvizinhos, os aparelhos comerciais estão na mão de poucos proprietários, na verdade apenas quatro pessoas/famílias, controlam “todas” as lojas ofertadas à exploração comercial no bairro, que não oferece espaço à instalação para exploração comercial, de escritórios diversos (contábeis, advocatícios e de serviços em geral) e, falta-nos um supermercado descente e condizente com o aumento populacional (teremos inauguração em breve do novo condomínio ainda em construção e que aumentará no mínimo  em mais 150 famílias, a população do bairro), falta-nos padarias descentes com pão fresco e ofertas de bolos e doces, lojas de roupas e calçados, cosméticos, lingeries, artigos esportivos, peças para carros e motos,  agências bancárias, loteria federal, postos de gasolina, restaurantes, padarias, consultórios médico, veterinário e odontológico....falta-nos tudo...E este é  o motivo principal deste prolixo texto...

OBSERVE O NOVO EMPREENDIMENTO COMERCIAL  DE AREIA BRANCA

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Plus ça change, plus c'est la même chose
“Quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem a mesma.”

Já sofri muito na vida...Sofrer é de viver e todos nós passamos por esta provação de viver...Os dois maiores sofrimentos vieram de fatos acontecidos com meu filho...Um deles foi quando ainda pequeno - 4 aninhos - caiu da bicicleta novinha que com o mó sacrifice comprei e teve fratura exposta o ...outro conteceu quando foi agredido na boate Via Show...

O País vive um luto...Não se fala em outra coisa aqui e nas outras redes sociais..Não se fala de outra coisa na tv...E não poderia ser diferente...

Apesar dos posts emocionados - um que me causou impressão pela verve, punch e visceras a mostra foi do Marcelo Peregrino, que é assim mesmo, todo solidário e personal em suas vibes - Perê pedia, quase mandando, que todos vivessem a tristeza que pairava no ar, atristeza do Deserto do Real - E cessassem os posts alegrinhos que surgem ao lado de copos de cerveja e as luzes da festa...(por tal, não postei as fotos do ensaio do bloco Me Dá  Que Eu Como - A sacanagem vai continuar...

Na boate Via Show, as mortes e espancamentos continuarão a acontecer...O sistema de incêncio não será revisto...Os amigos de meu filho que presenciaram o espancamento continuarão a ir e talvez ele próprio resolva ir...
  O corpo de bombeiros vai continuar a fazer vista grossa sobre as falhas em casas de shows restaurantes e lugares públicos...E os seus integrantes e familiares irão frequentá-los...
Os apresentadores - Espetaqueiros e apregoadores de audiencia - que fazem a interpretação pessoal dos fatos e com suas verborrágicas falácias encantam as tardes em seus programas de tv, continuarão a ir a casas de shows e a fazer seus programas pessoas em casas que ao entrar não verificam se estão com a sua regularidade em dia...
Os policiais que fazem a segurança ou que a chefiam continuarão a fazer vista grossa e ouvido de mercador sobre os erros que alí ocorrem...
 Os políticos que enviaram suas condolências continuarão a enviar seus cartões e pedidos para que se libere o funcionamento das casas de shows e espetáculos e dos restaurantes dos seus apadrinhados, não moverão um dedo para mudar a legislação e continuarão a andar abraçados com quem não paga imposto e/ou atrocidades parecidas...

E o pior...Os artistas continuarão a toocar e fazer shows, nas casas de shows, boates e similares que não tem planos e equipamentos para salvaguardar o público em casos como o da tragédia no sul...

Pior ainda...As casas continuarão a ser frequentadas por artistas e famosos...continuarão a ser patrocinadas por grandes marcas...

E o deprimente...Nós o povo...Continuaremos a ir a estes lugares...

Plus ça change, plus c'est la même chose: “Quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem a mesma.”
 
A foto foi copiada do Blog Pipoca de Bits