sexta-feira, 21 de junho de 2013

O DOSSIÊ PAPAGAIO

O QUE CRIA A FÉ NO MILAGRE É A IDEIA DE QUE DEVE HAVER UM MILAGRE
 
Não sei se existe, uma terminologia especial, para designar, um “Milagre Ao Contrário” – seria, maldição? – o que é fato é que cada vez mais, menos acredito em milagres, principalmente quando estamos na seara do, “Dê A César O Que É De César”

O que estamos a assistir no Brasil, poderia ser considerado, um grande milagre: que é o engajamento de vários segmentos da sociedade, de várias faixas etárias, de várias tribos de etnias e preferências sexuais plurais e de vários pontos da curva econômica, numa luta comum a todo cidadão brasileiro, a exigência de respeito...
Eu, acredito muito é na necessidade do milagre, vibe, que me apossei quando das leituras, sobre Lucién Febvre, Bloch e Charles Broundell, criadores da Escola dos Annales: "O que criava a fé no milagre era a ideia de que deveria haver um milagre"....Aqui especificamente tratando da crença do povo, de que os reis, com um toque lhes curaria da “escrófula” ou “mal dos reis’...
O povo acordou, e isso é um milagre - diante da recente história e processo de desmonte da educação brasileira e dos diversos sacrifícios  a que foi exposto o povo . As recentes expectativas de especialistas, de leigos, de apaixonados e de simples e mortais cidadãos de que se conseguiria mudar o rumo da história recente brasileira e acabar com os desmandos, com a corrupção, com a falta de melhores condições de saúde, educação e cultura, com a falta de critérios sérios, na escolha da presidência e mesas diretoras dos vários Conselhos, que habitam o Congresso Nacional, superfaturamento de obras e blá, blá, blá...
Aportados à rua, fazendo-a, explodir em movimento reivindicatório, surge-nos, o milagre ao contrário ou a maldição de um golpe, instalado e linkado como um verme, uma bactéria, um vírus no cerne do movimento.
E por que, surge-nos esta ideia, por que? - Talvez porque, não se queira ou aceite, o envolvimento e a condução do mesmo por bandeiras ou partidos políticos – Talvez porque, fica difícil, entender a violência que se bate de encontro com a tentativa de fazer um movimento pacífico e talvez ainda, porque movimento pacífico cheira a cartilha do “Como Iniciar Uma Revolução” e fede a festinha feita na Bósnia, Zimbábue, Estônia, Mianmar ,Tunísia e Egito...  
A revolução, começa na desobediência civil, posto que, não se pode combater com o Estado, sem armas na mão: pau e pedra não irrompem o portal da truculência do aparato armado do Estado, e quem ensina é o próprio Gene Sharp, indicado várias vezes ao Nobel da Paz,  este solene e sóbrio senhor americano, professor de Ciências Políticas, da Universidade de Massachusets Dartmouth e criador do “Styagraha Norms” e de um extenso trabalho sobre “luta não violenta” que desagua no documentário, “Como Iniciar Uma revolução Sem Violência”, que conta com inúmeros conceitos sugados da moringa de ninguém menos que, Mohandas Karamchand Gandhi.
E então, por tais nóias  generalizadas, que se insurgem das páginas de blogs, jornais e revistas, das bocas de Carlos Vereza e Paulo Henrique Amorins e Paulo Célios, da vida, devemos volver à casa, quietos e calados e contentar-nos com os 0,20 (vinte centavos), mas é claro que não...Mas vigiar e vigiar, não será demais. E parece-me que o fora Dilma é, imperfeito e deve ser patrulhado, fora Dilma o cacete, fora partidos, o escambau, fim do Congresso Nacional, tá maluco, as palavras de ordem devem ser outras e o fora Dilma, quem sabe no próximo pleito?    
 
A maldição, do golpe nos ronda – sempre e sempre nos rondou, afinal não somos uma sociedade que vive ainda as heranças da colonização? – Nossos vizinhos mais próximos, também não tem este estigma? - Nossa América Latina, liberta e livre, rica e potente – Incomoda muita gente...O PT, ainda que, hoje, esfacelado em praça pública, teve papel preponderante na condução vagarosa e lenta, pra uma Nação, melhor – E este fato deve fazer estufar as bolas dos norte americanos...E um amigo maldiz:  Sylvio, tem dedo de judeu americano nisso...
E então, eu repito a frase com alguma adaptação: "O que cria a fé no milagre é a ideia de que deve haver um milagre".
Mês passado, minha irmã, veio de São Paulo, após uma palestra com o príncipe imperial do Brasil, Don Bertrand Maria José Pio Januário Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Órleans e Bragança e Wittelsbach ou simplesmente, príncipe D. Bertrand, além de sua amiga de FB, cheia de ideias estranhas e com um papo sinistro, sobre uma intervenção mundial, que caracterizaria uma “Nova Ordem Mundial”, sob o poder e comando do “Iluminatis” e que – e eu arregalei os olhos aos discursos dela – haveria um golpe no Brasil e que este golpe seria orquestrado pelos “Iluminatis”, que inclusive conta com apoio – os tais baderneiros – dos mercenários norte americanos da BlackWater...Coincidência?...
 
(prestem atenção ao cara fortão de branco...seria um blackwater?)

E então nos surge, célere neste junho sem frio, o “milagre” do despertar nacional, que com sucesso e rápido, consegue ver cumpridas a s suas exigências, e que segue com uma  “maldição” , que se pode ver nos papos de FB, nas teorias de conspiração e golpe,  e ainda,  nos desencontros, entre a sociedade civil organizada em passeata e as autoridades – que nos joga em cima os cães ferozes a seu serviço – Polícia Militar...

 

Estas correntes, que publicam nas redes sociais e ainda nos vários sítios desta imensa rede de computadores, as teorias de conspiração – parecem valer-se dos métodos dos historiadores do Annales, que se permitiram fazer o estudo da História, de baixo pra cima e ainda deixando, que lhes permeassem, os aspectos subjetivos e psicológicos que envolviam as questões, além é claro de insurgirem-se contra o tradicional, contrapondo e peneirando tudo com o “método comparativo”, assim, o que vemos absurdamente fragmentado na mídias e nas ruas seria, interpretado, como sendo “as ilusões coletivas”...Eu que revivo, aqui, neste texto, uma ilusão coletiva que pende entre o milagre e a maldição, também  ouso fazer a comparação, com os Países, já citados acima:   Bósnia, Zimbábue, Estônia, Mianmar ,Tunísia e Egito...  

Nada, nada e nada neste texto é uma afirmação concreta, pois que é, ele, um texto leigo: um Dossiê Papagaio, feito por um poeta e sem as luzes de Hollywood...

SOMOS OS MANIFESTANTES OU PEÇAS DE UM JOGO DE XADREZ – AO ESTILO DE GENE SHARP?


SOMOS OS MANIFESTANTES OU PEÇAS DE UM JOGO DE XADREZ – AO ESTILO DE GENE SHARP?

As autoridades, municipais e estaduais brasileiras, onde o movimento pela revogação do aumento das passagens, liderados pelo MPL  (Movimento Passe Livre), demonstrou força, coesão e organização, apostaram na revogação da ação de aumento, para esvaziar assim o movimento, via retirada do pesado MPL...

Acontece que, a ação das autoridades veio tardiamente – e o movimento foi engrossado pela população imberbe e adolescente, jovem, adulta e até idosa – a violência e a truculenta do aparato de segurança pública foi quem fez o convite...

Assim, as passeatas foram engrossadas e novas exigências passaram a ser colocadas como extensão das iniciais – e não foi nada feito tal qual poema de Elisa Lucinda – Só de Sacanagem – não, a rua e a insônia da população, que dormira até então passaram, a editar a pauta de ações em prol da criação de uma nova sociedade brasileira...



Mas, a porrada está comendo e a repressão é irreconciliável com a necessidade popular de estar à rua com suas exigências e palavras de ordem...É incrível as cenas em que a polícia/RJ, chega com o caveirão, tropa de choque e o BOPE para reprimir as manifestações: e o pior, ontem os meios de comunicação, avisavam: cidadãos, evitem estar na rua e principalmente no Centro, da Cidade do Rio de Janeiro, pois haverá uma limpeza realizada pelo BOPE – Isso tem nome, e é TOQUE DE RECOLHER...


A Rede Globo como sempre, sai na frente já campeã das edições e interpretações subjetivas de um movimento legitimo, transformando-o,  em fora da Lei, radical, violento e perdido – Com suas imagens feitas de helicóptero, pois que no chão, o povo não lhes dá vez com seus gritos de: "O Povo Não è Bobo, Abaixo a Rede Globo..."
 
Alguns amigos brincando sério no FB, comentaram, só falta agora a Globo reprisar Anos Rebeldes, sem saber, que a série esta realmente a ser reprisada  – e mais, a rege globo, em seu canal pago GNT, na sexta passada, tratou da obra de Gene Sharp, exibindo o documentário  – “Como Fazer Uma Revolução Sem Violência”- coincidências?...Pode até ser...

Esta emissora, dedicou, ontem, dia 20 de Junho, toda a sua grade a transmissão e interpretação pessoal, do movimento em todo o País, ou seja, atropelou tudo, inclusive o que as mantém no ar, os anunciantes...Por que? E a que custo?

Bem, aqui já tem início a minha paranoia, de que existe algo de podre na gira das manifestações, a bem da verdade nunca fui alguém muito esperto e inteligente a ponto de conseguir ver além do que se pode ver – não tenho experiência de militante político e nem experiência em participações em comícios, passeatas e manifestações, por tal, chamo minhas pequenas observações de paranoia – Algo parecido com o filme O Dossiê Pelicano, pode acontecer?...Sei lá...