sábado, 29 de agosto de 2009

Sarau do Choppinho Digital



TEMPO, TEMPO...TEMPO


Por mais que eu tente

Não consigo pegar partículas

Do tempo com a mão

É mesmo hilário

Ver-me aos saltitos a buscar

Microns, segundos e minutos

Que passam esvoaçantes por entre

A dança da vida

Pensar-me agachado aos cantos

Tentando isolar e guardar presos

A palma da mão, milionésimos

Décimos...centésimos

É prestigiar a insana velocidade

Das imagens da vida a vagar

O polegar opositor

Rasga o vento do espaço

De meu tempo

E não trago preso nem um

Lapso de segundo

ou qualquer milionésimo

mícron de momento

Em contrapartida

Carrego em meu peito

de andar contra o vento

Um coração meu

Totalmente surrado pelo

Inflamável e inexorável tempo

De minha história

Tempo real dono de minha memória

E se confesso querer aprisionar

um pentelhésimo momento

é porque sorri, ela, para mim

sem me dizer por quanto tempo

Tempo, tempo, tempo

De meu tempo

A escorrer por minha vida

Sem ao menos me guardar

O melhor momento

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